por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 7 de janeiro de 2011


Use a Ira em seu favor : escreva uma carta de amor!

Meu bem,

.
Depois de 25 anos escrevendo memorandos, e em “oitavados”, especializei-me em listas de Supermercados:
- queijo branco
- pão integral, frutas, azeite e uma garrafa de vinho.
Casamento fora do papel merece carta do amor pensado, escrita, perfumada, e manchada de batom.
(Amassei. Não gostei...).
Vou tentar novamente:

Meu amor,

.
A noite também chegou por aqui. Já me fez cumprir todos os rituais, antes de dormir... Só falta uma espiada na janela, e fechá-la seguramente, pra que ela não me rapte de ti.
Li alguns textos no blog, apaguei e-mails, encaminhei alguns, abri Windows sucessivos, restaurei artigos, que vi na lixeira. Na falta do fogo para queimá-los, salvei-os!
Procurei-te nos sites de músicas, e Diana Krall deu-me teu recado: Fly Me To The Moon. Depois foi o Chico, que pegou pesado, cantando "Vitrines”... E o Vinícius, que também postou um poema: "Conjugação da Ausente".
Pesquisei sonetos de J.G.de Araújo Jorge. Achei-os melosos demais, e fiz umas trocas... Edu Lôbo com Cacaso, na “Toada”, e com Torquato Neto, no "Pra dizer adeus”.
Chega de ensaios!
Finalizo os prefixos musicais com a música “Amado”, por Wanessa da Mata.
Enfim, agora estamos a sós. Eu e pensamento. Pensamento e papel, em conflito ardente. Sem fundo musical. Silêncio total, para ouvir o coração bater, como os tambores do Salgueiro.
Entro na freqüência do teu esquecimento, e te acordo... É hora!


Vem cá...

O mar veio para cá.

Ele engole os mistérios da serra,

quando chega a madrugada.

Vamos catá-los um por um,

desvendá-los...

Estou farta de segredos invioláveis.


Lembra do começo, que nunca foi?
Lembra do encontro, que esperou sem chegar?
Lembra dos desvios, arrodeios, e esbarrões,

nos atropelos dos sentimentos?


O amor chegou mil anos depois!

Quase etéreo

Atrevido na pureza, racionando carinho

Mas é tão intenso e tão lindo

que alimenta, mesmo dormindo!


Fui clara?
Fui anônima, ou indiretamente fácil?
Direto é dizer nesse cantinho de papel,

em letras tremulas e pequenas,

quase indecifráveis... Adoro você!

.
Um abraço,
Zen(ira)

P. S. “O amor que nos separa é o amor que nos une”.

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