por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 7 de janeiro de 2011


Meu nome é Dora (no espelho do tempo)


Alguns me perguntam nas entrelinhas: por que você separou-se do marido, nos idos de 1975? Respondo sempre, com objetiva naturalidade: gente, porque eu queria namorar todas as pessoas amáveis, e mulher casada só pode ter olhos para o seu marido( ainda hoje, penso isso).
Namorar não significa fazer sexo... Se bem que, também significa!
Namorar é andar de mãos dadas, ficar horas penduradas no telefone, rindo e falando bobagens. Ir ao cinema, dançar de rosto colado, trocar poemas, bilhetes, fazer coisas, em parceria... Enfim!
Namorar é pensar que está namorando, e pronto! Mesmo que o namoro seja irreal, unilateral... Mesmo que seja indefinido: Romance ou amizade?
-Tanto faz!
Por essas pequenas emoções, de certa forma, existencialmente vitais, corri riscos, paguei vultosos preços... Tudo por um par de asas, que me levassem, aonde moram os meus desejos.
Descontando a minha insensatez juvenil, simplesmente, peguei o beco da vida!
Igual a todos os que não ousaram;
igual àqueles que nunca precisaram sair do caminho do meio;
igual àqueles enfileirados e disciplinados!
Fui triste, fui só, e fui estúpida ,e maravilhosamente feliz!
Recife, primeira estação. Lá, busquei o Cais de Santa Rita. Não como o buscam as doidivanas, mas, como o buscam as santas, e ligeiramente profanas. Santos sonhos, com gosto de todas as culpas!
Fiz dois anos de terapia pra soltar meu primeiro “pôrra”!
Depois foi ficando pô, até ficar, só no “p” da vida.
Dois anos de terapia pra ficar bem com aquilo que sou, e como vou ficando... Consegui!
Agora, como pecadora remida, uso créditos, solto meus pós de artifícios. Salpico afetos pelo reino da memória, e o subproduto, eu reciclo! Posto aqui, nesta rádio imaginária, que às vezes, se chama Blog!
Com margaridas e girassóis nos cabelos, talos de lírios na boca, eu revivo, em boas companhias, minhas incursões e excursões amorosas.
Eu tenho uma prima que conhece os meus “causos”... (Combinamos um dia, que ela os publicaria, depois da minha morte. Por via das dúvidas, resolvi antecipar o ato, e não a sorte!)
Os bem sucedidos, os engraçados, e os “sórdidos”, vou postá-los na seqüência. Será meu café presente, com aromas do passado.
Estou em 1975. Quem quiser fazer regressão no tempo... É bem-vindo!
Estou no auge da minha performance feminina.
Meu nome é Dora!


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