por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 7 de janeiro de 2011


Quando eu me casei, em 1979 , todas as casas tinham quintal e pilão. Tratei logo de arranjar um, mas já não existiam em qualquer feira para se comprar, , nem quem os fizesse. Uma vez por semana, eu ia na casa da minha tia Ivone pilar a carne seca pra fazer paçoca , acompanhada do baião . A gente fritava a carne na gordura do toucinho , e adicionava bastante cebola roxa, e aí então , socávamos no pilão com um pouco de farinha de mandioca. Tínhamos então , a verdadeira paçoca . Ela nem se acompanhava de outra carne. Não era complemento. Era o prato principal. Ficava um pouco úmida , e a carne numa consistência fibrosa, fiapenta. Essa era a nossa paçoca original. Hoje , imaginem, a gente usa o liquidificador pra fazê-la, numa quantidade desproporcional de farinha, e achamos, enchemos a boca pra dizer, que adoramos paçoca... Ora, ora, a gente adora é farofa ! Nunca peço paçoca , nos restaurantes. Eu sei o que é uma paçoca gostosa ! Naquele tempo acompanhava o baião de dois com queijo de coalho e nata de leite com torresmos e cheiro verde. Se fazia mal isso é outra questão . Só sei que era tudo natural. Existe algo pior do que os conservantes dos nossos enlatados? A gente pensa que usando um creme de leite light tá tudo compensado...Cuidado !

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