por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 7 de janeiro de 2011




Quem já leu Fotonovelas ?

Na medida em que a televisão nos tirou da praça Siqueira Campos, das calçadas, das tertúlias , do cinema, a Fotonovela foi substiuída pelas novelas da Globo.
Era uma leitura velada, proibida. Minha mãe abominava, mas meu pai gostava. Eu lia escondida. Corria pro banheiro, que ficava na área externa da casa , e entre o pé de mamão e o pé de côco, fugia dos olhares de vigília. Adorava ! Por ser proibido , eu adotava outro tipo de leitura , mas não dispensava uma revista em quadrinhos : Luluzinha , Bolinha, Zé carioca...Tudo bem ! Essas eu tinha permissão para comprar...Mas, e Sétimo Céu, Grande Hotel, Capricho, Ilusão...?
Essas eu lia do meu pai, e das amigas.
Passando férias em Recife , eu fiz amizade com uma vizinha dos meus tios. Justo a nossa colaboradora ROSA GUERRERA ( jornalista). Ela comprava todas, e eu não sosseguei, enquanto não li sua coleção. Depois de um mês, quando as férias findaram , eu sabia tudo do amor que não dava certo; tudo do amor romântico; tudo do perfil de homem certo, e dos errados também!
Não sei até que ponto sou produto daquelas estoriazinhas, mas sei que elas me ensinaram a namorar, e a gostar de me apaixonar. Os príncipes não tinham cavalo branco, nem título de nobreza; as princesas eram belas e pobres, e o final era sempre feliz ! Destarte o caráter de sub-literatura, em cada estória , ficava uma lição de moral, mesmo que na maioria, nos alienassem.
Mas a síndrome de Gata Borralheira, Cinderela, Rapunzel, perdiam feio, diante das estórias contadas pelos astros da Fotonovela. Li , sim ! Lia e gostava ... Ainda me entristeço por terem desaparecido das bancas de revistas ( ficou sem mercado), e por ter deixado de por elas me interessar. Há 45 anos atrás, fechei o ciclo !


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