por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 3 de outubro de 2020

A "SUBSTITUTA" (CARNE E UNHA) - José Nilton Mariano Saraiva

 

Quando resolveu abandonar a magistratura e ingressar na política (já que houvera cumprido a missão que lhe fora outorgada de impedir por cima de pau e pedra a candidatura do ex-presidente Lula da Silva), o então juiz Sérgio Moro indicou para substituí-la no comando da Lava Jato a também juíza Gabriela Hardt, uma das reluzentes integrantes da tal força-tarefa e que, desde tempos imemoriais, tal qual uma fervorosa beata, sempre rezou pelo “catecismo morista” (tanto que ficou conhecida pela alcunha de “o Moro de saias”).

E não sem razão. Arrogante e prepotente, tal qual o padrinho, tinha também especial predileção por humilhar os que tivessem a infelicidade de por ela serem questionados, ao vivo, como aconteceu com o ex-presidente Lula da Silva, alvo de uma sua reprimenda ao tentar esclarecer uma determinada situação.

Eis que agora, em razão da Polícia Federal e do Ministério Público Federal não terem encontrado qualquer indício de irregularidades nas palestras proferidas pelo ex-presidente (como à época o juiz Moro anunciara existirem e usara de tal argumento para condená-lo e bloquear seus bens) a “Moro de saias” não teve outra alternativa que não “descredenciar” o amigo íntimo, ao reconhecer a inocência do ex-presidente, ao tempo em que agilizou a liberação dos correspondentes valores bloqueados.

Ipsis litteris: “A justificativa para manter-se o bloqueio da integralidade dos ativos financeiros de Luiz Inácio da Silva baseava-se na suspeita de prática de crimes envolvendo as palestras ministradas pelo ex-presidente. Todavia, a autoridade judicial concluiu não haver indícios nesse sentido, com o que concordou o Ministério Público Federal. Por tais motivos, o bloqueio integral de tais valores não mais se sustenta”.

A verdade é que, uma a uma, as decisões do ex-juiz estão sendo progressivamente anuladas, desmoralizando-o publicamente (e em breve poderemos vê-lo na cadeia), ao tempo em que se atesta e reafirma o que metade do mundo e a outra banda sabem: no Brasil, um golpe envolvendo a mídia, judiciário e políticos desqualificados provocou o afastamento de uma Presidenta da República democraticamente eleita.

Como pimenta nos olhos dos outros é refresco, o resultado é essa desgraça que atualmente atravessamos: uma família de milicianos no poder, assessorada por militares raivosos, com a ingente missão de desconstruir tudo o que foi pacientemente realizado.

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