por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 10 de março de 2020

"NO MATO SEM CACHORRO" - José Nilton Mariano Saraiva


Com um Poder Legislativo (Congresso Nacional) repleto de pilantras/picaretas (que, tirante as exceções de praxe, só pensam em legislar em causa própria) e um Poder Judiciário composto por prolixos e medrosos integrantes (conforme já demonstrado em diversas oportunidades, quando se omitiram irresponsavelmente em questões cruciais da república), ambos aparentemente sem nenhum compromisso com o Estado Democrático de Direito, um despreparado e radical ex-capitão do exército (Jair Bolsonaro), há tempos comprovadamente aliado a grupos de perigosos milicianos, bem como assessorado e cercado de “generais de pijama” totalmente ultrapassados e anacrônicos (mas sedentos de poder), assumiu a chefia do Poder Executivo nacional.

E o resultado (a incrível volta dos “milicos” ao poder e através do voto direto) não poderia ser mais catastrófico para o Brasil: sem noção de absolutamente nada que o cerca, sem semancol para enxergar/avaliar a dimensão do cargo/função que ocupa, sem condição ética e moral de administrar sequer uma bodega de periferia, a “diversão” do traste que está aí é destruir tudo que foi feito pelos governos que o antecederam (principalmente na área social) assim como “comprar briga”, mesmo sem motivo aparente, com meio mundo de gente (daqui a pouco, não duvidem, o Brasil corre o risco de entrar em conflito com a Venezuela, por “sugestão” do “brother” de Bolsonaro, Donald Trump).

Fato é que o Brasil, que nos últimos anos houvera conquistado com hercúleo esforço o papel de “protagonista” entre as nações, em razão de uma política inclusiva e socialmente responsável, não mais que de repente se torna um “pária” socioeconômico, porquanto agora alvo de chacotas e gozações de toda ordem.

Comandado, de fato, por um economista de quinta categoria, que a “academia” sempre desprezou em razão dos conceitos anacrônicos e ultrapassados de teoria econômica, onde se destaca a aversão pelo social, bem como a prioridade absoluta ao tal “mercado” (do qual é um dos integrantes), e a quem o ex-capitão que está presidente delegou poderes para fazer e desfazer, mandar e desmandar. o Brasil marcha inexoravelmente para o fundo do poço, conforme se pode atestar pela avidez com que as reservas internacionais de 350 bilhões de dólares (acumulada/deixada pela dupla Lula/Dilma) é “queimada” no dia-a-dia, na tentativa de conter a acachapante desvalorização da nossa moeda, em relação/comparação ao dólar (em poucos dias já foram jogados fora 45 bilhões de dólares e hoje a cotação dólar/real chegou a 01/R$ 4,75).

Como reflexo, a desconfiança em nosso país é uma realidade palpável, traduzida na acelerada evasão de divisas, com a taxa de investimentos estrangeiros em forte desaceleração, resultando que o PIB (Produto Interno Bruto) foi o mais baixo dos últimos três anos, com ridículos 1,1% de crescimento (se não tiver sido manipulado).

Instado a pronunciar-se sobre o que fazer a fim de debelar ou ao menos amenizar a crise grave atual (como o fez o presidente Lula da Silva, com sucesso, à sua época), o atual “manda-chuva” do Brasil, o “tchutchuca” Paulo Guedes, mostrou estar “perdido no mato sem cachorro”, ao simplesmente tentar transferir para o Legislativo Federal toda a responsabilidade do momento atual, em razão de não terem aprovado ainda as draconianas “reformas” administrativa e tributária, propostas por seu ministério (aqui, vale lembrar que para aprovar a tal reforma da previdência Paulo Guedes prometeu melhoras substanciais e em pouco tempo, o que não ocorreu até agora – e jamais acontecerá).

Alfim, convém não olvidar (e é bom que guardemos na memória pra sempre) que tudo isso que está aí deve ser creditado ao Supremo Tribunal Federal, por permitir que um deslumbrado e medíocre juiz de primeira instância (Sérgio Moro) tenha não só destruído o Estado Democrático de Direito (ao impunemente passar por cima da nossa Carta Maior, diuturnamente) assim como por ter interferido de maneira letal na economia do país ao acabar com portentosos conglomerados econômicos que movimentavam a Economia.

Resultado disso tudo: o povo tá na maior merda e a tendência é de piora, lamentavelmente.



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