Basta
um rápido click no controle e lá estão elas: simpáticas, normalmente bem
afeiçoadas, impecavelmente “produzidas”, sorriso no rosto e dicção perfeita. São
as apresentadoras dos telejornais de certa emissora de TV, aqui de Fortaleza.
De
princípio, um tanto quanto tímidas, aos poucos vão pegando os “macetes” da
profissão e começam a se soltar, findando, em pouco tempo, por nos apresentar não
só a beleza física, mas também um trabalho de boa qualidade, competência e, às vezes, corajoso (uma delas, recentemente, numa
reportagem sobre o circo, se meteu dentro de um daqueles “globo da morte” e
ficou ali, estática, enquanto duas possantes motos zanzavam a toda velocidade
em torno dela).
Um
detalhe, no entanto, as caracteriza (pelo menos parte delas) e não é preciso
ser tão observador pra constatar: apesar de todo o treinamento e técnica que
adquiriram a fim de se habilitarem a se postar diante das câmaras (que inclui até
a forma como se deve empunhar um microfone), com a diária exposição midiática não
mais que de repente, elas não se seguram ou “esquecem” momentaneamente tudo que
aprenderam e fazem questão de orgulhosamente nos mostrar a consequência e
produto do trabalho: uma “argola” no dedo.
De ouro puro, normalmente
grossa e polida o suficiente pra ser visualizada a quilômetros de distância,
enfiada no dedo anular da mão direita (a que segura o microfone), como a nos
anunciar: “AQUI, BICHO, TÔ NOIVA”, VIU ???
A
coisa é tão séria que, recentemente, uma delas chegou a convencer o próprio “chefe”
a comparecer ao programa esportivo que apresenta, a fim que anunciasse ao vivo
e a cores que ela estava noiva.
O
que impressiona, entretanto, é a velocidade com que a tal “argola” transmuta-se
da mão direita pra a mão esquerda e a “necessidade imperiosa” que elas sentem de – mesmo
destras – empunharem o tal do microfone
agora com a mão esquerda, como a nos anunciar (num silêncio ensurdecedor): “OLHA
AÍ, CARA, CASEI, SACOU, ???”.
Mas,
como o número de fãs é expressivo e o assédio certamente que idem, de repente
lá estão elas no vídeo trocando INCESSANTEMENTE, até de forma acintosa, o
microfone de mãos, como se fizessem questão de mostrá-las agora sem nenhuma
“argola”, só nos faltando gritar: “E AÍ, BONITÃO, TÔ LIVRE, PODE CHEGAR
JUNTO”.
E
como a vida continua, dentro de pouco tempo a história recomeça numa velocidade
impressionante: a “argola” na mão direita, transferência para a mão esquerda e,
de repente... tomou doril, a “argola” sumiu.
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