por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 14 de outubro de 2014

O PAPA DESAPERTA PARAFUSOS ENFERRUJADOS - José do Vale Pinheiro Feitosa

Sem considerar a fobia tão comum aos que se agarram à conservação dos costumes e das doutrinas. Sem levantar a questão da infalibilidade da santidade. Um Papa além do atoleiro da história.

Deixa ao relento a histeria Malafaia que se agarra aos conservadores na política, eis que o Papa Francisco convoca os bispos para uma assembleia. E na assembleia levanta assuntos espinhosos para os mantos conservadores.

Um documento, que certamente é uma declaração prévia de que o assunto devA ser tratado pergunta ao sínodo dos bispos: “Os homossexuais têm dons e qualidades a oferecer à comunidade cristã: seremos capazes de acolher essas pessoas, garantindo a elas um espaço maior em nossas comunidades? Muitas elas desejam encontrar uma igreja que ofereça um lar acolhedor”.

E continua: “Serão nossas comunidades capazes de proporcionar isso, aceitando e valorizando sua orientação sexual, sem fazer concessões da doutrina católica sobre família e matrimônio?”

Começamos pela linguagem clara, e sem metáforas, da pergunta. Afirma o valor da família e matrimônio como uma doutrina a ser preservada, mas joga a contradição da homossexualidade com a primeira pergunta. Quem tem capacidade de fazer tais perguntas se encontra muito adiante de toda interdição do tipo.


Sem necessitar da resposta. Só a realização da pergunta começa a tirar o bolor inerte de um conservadorismo que se enrosca nas engrenagens das doutrinas e ali enferruja agarrada ao bloco férreo de certezas de pés de barro. O papa jogou um “antigripante” sobre estes parafusos enferrujados e agora eles podem ser desapertados para que a igreja funcione consoante as pessoas reais, que fazem os costumes e as doutrinas.

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