Agora é oficial. Não se pode ignorar ou tergiversar.
O presidente do Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE),
desembargador Luiz Gerardo Pontes Brígido, mostrando ser uma pessoa corajosa e
destemida, declarou hoje (15.04.14) à mídia cearense aquilo que todo mundo já
sabia, mas evitava imiscuir-se em razão da gravidade de que se reveste a
questão e do “peso” dos atores envolvidos: a “corrupção” corria livre, leve e solta
nos “plantões” de finais de semana daquela corte (e que a grana disponibilizada
era coisa alta e apetitosa), face envolver bandidos de alta periculosidade.
Para se ter idéia do alcance e magnitude do problema, sabe-se
que, irmanados, servidores daquela corte, advogados e até dois desembargadores
participavam da perigosa quadrilha. O bem montado esquema, visando principalmente
beneficiar bandidos envolvidos com o tráfico de drogas e assassinatos, constava
da apresentação de “alvarás de soltura” apenas e tão somente no decorrer dos
“plantões” dos finais de semana, quando à frente dos trabalhos estivessem os “sortudos”
desembargadores que chefiavam o bando.
Para se ter idéia do alcance e propósitos das mafiosas “Excelências”,
enquanto em dias normais a média de concessão dos tais “alvarás de soltura” se
situava na faixa de 15 ocorrências, durante os “plantões” de final de semana
(principalmente à noite) esse número saltava para 70 liberações (fala-se que
cada liberação não custava menos que R$ 100.000,00).
Lamentavelmente, já se sabe que face à brandura das nossas
leis, o tal “segredo de justiça” prevalecerá e não teremos oportunidade de conhecer
quem são os corruptos (já identificados e denunciados ao Conselho Nacional de
Justiça).
Agora, aqui prá nós: se tínhamos o Poder Judiciário como um
fiel guardião contra os excessos praticados com os menos favorecidos, a quem agora
recorrer ???
Um comentário:
Recorrer a misericórdia de Deus! É só o que nos resta!
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