O Everest bem próximo a nós
Quem precisa atravessar continentes para pousar na Índia?
Nenhuma noção do outro, da diversidade humana, da enorme diferença dos valores
ocidentais pode ser maior do que encarar a própria cultura daqueles erroneamente
chamados índios.
Aqui mesmo nas florestas da América do Sul seria suficiente.
Mas com dúvidas se isso é possível em razão do desmatamento e do avanço além
das fronteiras em busca do látex da seringueira, do ouro e pedras preciosas, do
capim das manadas bovinas. O ocidente plantou edifícios sobre a alma dos
originários e diferentes povos deste novo mundo.
Então que se tome uma aeronave e pelos céus se cruze o Atlântico,
a África, suba a Península Arábica e pouse em Délhi. Ao norte da Índia. A
imensa, distinta, multiétnica, matriz de grandes civilizações, culturas e de
tudo que se pode reconhecer como Oriente. Não do Oriente do mediterrâneo irmão
siamês do Ocidente.
Do verdadeiro Oriente das planícies, dos planaltos, dos
mares e da mais superlativa cadeia de montanhas da terra: o Himalaia. Em tudo
diferente: desde os perfumes, sabores, das cores, dos olhares, das falas,
escritas e artes. Raiz difusora de grandes e complexas misturas de religiões,
códigos de viver, fazer história e inventar o futuro tais como o Hinduísmo e
todas as suas imensas variações, o Islamismo, o Budismo e do outro lado das
montanhas o Taoísmo e o Confucionismo.
E de repente todo o meu corpo se encontra nas ruas de Délhi,
Katmandu, Calcutá, Siliguri e Darjeeling esta cidade já nas franjas do Himalaia.
Planícies e montanhas. Rios sagrados que nascem nas alturas e fertilizam as
planícies. A Índia é uma aventura de descobrimento e ruptura.
Descobre-se o oriente e a mais completa alteridade. E
rompe-se com o circuito euro-americano do turismo de classe média brasileiro.
Ainda bem que agora se voltando para a Turquia e o que restou das colônias
gregas da Ásia Menor.
Falar na Índia como ritmo de desenvolvimento dos BRICS é
menos do que se encontra uma vez se estando nela. Nenhum relato de viajante,
imagens fixas ou móveis, literatura e artes pode dizer o que é se encontrar nas
ruas e estradas da Índia. Faz parte daquelas coisas que se necessita respirar,
comer, beber, andar e dormir para se entender a verdadeira dimensão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário