por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 12 de julho de 2013

"Tênue fronteira" - José Nilton Mariano Saraiva

O que se observou, nas recentes manifestações populares, é que por muito pouco não foi ultrapassada a tênue fronteira entre Democracia X Anarquia. É que, em nome de um regime que se nos apresenta como “do povo, pelo povo e para o povo”, alguns dos manifestantes extrapolaram na exteriorização do que achavam ser de direito, faltando com o respeito ao oponente e quem se lhe antepusesse à frente. Afinal, provocar e denegrir a tropa que cuida de proteger as pessoas (polícia) e posteriormente reclamar da reação; atentar contra o patrimônio público e privado (depredando a torto e a direito); impedir o ir e vir das pessoas (impossibilitando-as de ir ao trabalho e receber por isso); bloquear vias importantes por onde escoa a produção nacional, e por aí vai, não é bem um “ato democrático”. Claro que o trabalhador tem o direito (assegurado pela própria Constituição Federal) de fazer greve, de manifestar-se livremente, de exigir um melhor tratamento das autoridades constituídas, mas, tudo isso, dentro dos limites da racionalidade e da razoabilidade. E, definitivamente, não foi o que vimos. Estivemos, sim, às portas do regime anárquico, o que não é recomendável.
A propósito, confira, abaixo, texto do filósofo Platão sobre a Democracia, pela qual, tudo indica, não tinha muito apreço, embora dentro de uma argumentação razoavelmente consistente:
“...O pai se acostuma a tratar o filho como igual e a temer as crianças (...), que não têm mais respeito nem temor pelos pais, por se julgarem livres (...). O mestre teme e adula seus alunos e estes zombam de seus mestres e preceptores.  (...) os jovens vêem os velhos como iguais e os agridem, com palavras e atos; os velhos, por seu lado, para agradar os jovens, fazem-se debochados e ridículos. (...) os animais parecem-se com seus donos; e, assim, vêem-se cavalos e asnos, acostumados a passear livres e soberbos, empurrar pelas ruas os transeuntes que não lhes cedam passagem”.
Como se vê, e segundo o autor “...Platão é implacável com a democracia. Apresenta-a como o regime do abuso, da leviandade, da permissividade. Ela se acomoda a tudo: ao desinteresse dos cidadãos pelo que é comum, a instituições de qualquer outro regime, a todos os gêneros de vida. Mais que um excesso de liberdade, reina nela a licença, em todos os registros. Ela penetra na vida das famílias e contamina, segundo diz, mesmo os animais”.

E você, aí do outro lado da telinha, o que pensa ???

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