o coqueiro coqueirando
as manobras do vermelho
no branqueado do azul
Guimarães Rosa
outrarte
o ouro esboço
do crepúsculo
Guimarães Rosa
e um vaga-lume
lanterneiro que riscou
um psiu de luz
Guimarães Rosa
o arrozal lindo
por cima do mundo
no miolo da luz
Guimarães Rosa
tênue tecido alaranjado
passando em fundo preto
da noite à luz
Guimarães Rosa
tatalou e caiu
com onda espiralada
fragor de entrudo
Guimarães Rosa
mar não tem desenho
o vento não deixa
o tamanho...
Guimarães Rosa
verdes vindo à face da luz
na beirada de cada folha
a queda de uma gota
Guimarães Rosa
o bambual se encantava
parecia alheio
uma pessoa
Guimarães Rosa
sussurro sem som
onde a gente se lembra
do que nunca soube
Guimarães Rosa
alvor
avançavam parados
dentro da luz
Guimarães Rosa
entre as folhas
de um livro-de-reza
um amor-perfeito cai
Guimarães Rosa
os aloendros
em fila
nos separavam do mundo
Guimarães Rosa
na barra sul do horizonte
estacionavam cúmulus
esfiapando sorveret de coco
Guimarães Rosa
Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa.
Guimarães Rosa
Viver é etecetera.
Guimarães Rosa
Felicidade se acha é em horinhas de descuido
Guimarães Rosa
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