por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 13 de abril de 2011

DIANA, A VERDADE DO MITO- Barbosa Tavares





Não foi simplesmente a morte de uma princesa. Diana, aquela rapariguinha tímida, de olhos enrramados em ternura, adulada pela imprensa que humanizara a coroa com um sorriso cativante e coração aberto para os padecimentos do mundo , descerrando portões de esperança num mundo crivado de indiferença pelos dramas alheios.

Mais rebelde e obstinada que a sua imagem sugeria, não seria apenas a menina inconformada com a rigidez dos preceitos reais—que culminara no divórcio—mas conquistaria os corações sobretudo, pela graciosidade e afecto com que quebrou a frieza altaneira da monarquia, relegando-a para um plano subalterno.

Deixou-se tocar e tocou mãos deformadas, destituídas de esperança, concedendo rosto humano ao mito da princesa encantada em actos da mais profunda ternura. Personificou a beleza do espirito na ternura da sua compaixão pelos dramas de gente com rosto.

Esta magia, firmou-lhe desde já, um lugar no panteão da imortalidade. Tal como afirmaria um jornalista inglês, num rasgo visionário: " a vida além-túmulo da princesa, ja comecou".

Soube beneficiar da imprensa para os seus propósitos humanitários e viria a ser vitimada pela mesma na versão mais cruenta que esta pode apresentar: a implacável perseguição de obstinados "paparazzi", sedentos de captar os notáveis e famosos em actos--puramente comezinhos--para o vulgaríssimo cidadão.

Tal como pretendia, tornou-se a "princesa dos corações", por gestos e palavras ao serviço de missões devotamente filantrópicas.

A sua personalidade cristalizou-se no apogeu da sua beleza física e espiritual, razão porque já figura na galeria dos mitos que ainda perduramn e perdurarão: John Kennedy, Jack Onassis e irmã Teresa—outra gigante da compaixão humana sucumbida.

Pese a quem afirme que a sua filantropia se deveu, parcialmente a uma espécie de combate com o príncipe Carlos na disputa de projecção política—após o seu destronar palaciano—não deixa de impressionar que uma princesa cumprimente um leproso, uma vítima da Sida ou abrace uma criança desventurada com a maior e genuína candura deste mundo.

Sabe-se agora que houve casos, não revelados em que Diana se preocupou em realojar destituídos de abrigo e manteve contactos com pais de crianças vitimadas por implacáveis doenças.

Certamente terá cometido erros amorosos. Por exemplo: deixar-se conduzir para o matrimónio real por um príncipe cuja capacidade emocional era visivelmente limitada e seguramente comprometida com outro (a) alguém.

Admitira com impressionante candura que caira em relação adúltera. Se o acto não é de louvar, louve-se-lhe a coragem. O mundo perdoa-lhe. Para um coração magnâmino, haverá sempre condescêndia. Deixou-se enredar em nova paixao, mas a felicidade amorosa, estava-lhe vedada.

Por isso Diana, sonhadora do amor que não desfrutou e desvelada arquitecta da justiça humana, dispõe de toda a Eternidade para ser amada.

Brampton, Ont,Canada

Setembro de 1997



Nenhum comentário: