I
Quadrinhas abobalhadas
Que não tem mais serventia
Mas não são enxovalhadas
Pela falsa melodia
II
Quadrinhas e abobrinhas
É tudo que sei fazer
São tão puras, são tão minhas
Que até chega a predizer
III
Chega um tempo e uma idade
Que o penar não tem mais vez
Se o fim é a eternidade
Vou viver na altivez
Que o penar não tem mais vez
Se o fim é a eternidade
Vou viver na altivez
IV
O preconceito é um conceito
Que vem antes da razão
Se quizer um ser perfeito
Vá se embora pra Plutão
Que vem antes da razão
Se quizer um ser perfeito
Vá se embora pra Plutão
V
Vê se sai desse aperreio
E desata o nó da dor
Pisa um pouco o pé no freio
Na prudência, meu amor!
E desata o nó da dor
Pisa um pouco o pé no freio
Na prudência, meu amor!
VI
Bela menina mulher
A saudade me consome
Mas a vida é como é
Uns comendo e outros com fome
Uns de carro, outros a pé
A saudade me consome
Mas a vida é como é
Uns comendo e outros com fome
Uns de carro, outros a pé
VII
Vejo que a tu alegria
Nasceu de um grande retorno
De um lugar que contagia
Pois tem o mar por entorno
VIII
Minha mãe que eu amo tanto
Me ensinou o verbo amar
Sendo assim, porém, portanto
Me pediu pra eu calar
XIX
Escrevo no azul sonhado
Com saudades do futuro
Não sou um ser acanhado
Nem fico em cima do muro
X
Se fulano tem desejo
E beltrano também tem
É porque nosso lampejo
Ninguém sabe de onde vem!
XI
Gosto do número onze
Pois tem muita humildade
Que no meu ouvido zonze
Um só som de unicidade
Ulisses, num lampejo na primeira quinta feira do mes de março de dois mil e onze.
Zonzo, paro por aqui.
Um comentário:
É bom, muito bom ler as quadrinhas feitas por Ulisses; mesmo que ele diga que são pura abobrinhas, não são não.
Tem ritmo, tem melodia, tem arte.
Postar um comentário