NUNO ROLAND
“Eu sou o pirata da perna de pau,
Do olho de vidro,
Da cara de mau...”
Ele não conheceu muitos sucessos, mas dois marcaram seu carnaval com motivos humorísticos: um foi o “pirata da perna de pau”, outro foi o miado do “gato na tuba”.
“Todo domingo, havia banda no coreto do jardim,
‘Inda’ de longe, a gente ouvia a tuba do Serafim.
Porém um dia, entrou um gato, na tuba do Serafim...
E o resultado, dessa ‘melódia’
Foi que a tuba tocou assim:
Pom, pom, pom...MIAUAU...
Pom, pom, pom... MIAUAU...”
E quem foi ele?
Seu nome era Reinold Correia de Oliveira; nasceu em 1° de março de 1913, em Joinville – S.C., mas ficou conhecido no meio radiofônico como NUNO ROLAND.
Menino pobre, com 13 anos começou praticando profissões modestas, já na cidade de Porto da União, no mesmo estado.
Em seguida foi para o Rio Grande do Sul, para servir ao Exército e ali, como cantor, fez parte da banda do 1° Batalhão de Caçadores, dando início à carreira que marcou sua vida.
Com 19 anos estreou na Rádio Gaúcha (1932), indo para São Paulo em 1934, para trabalhar nas Rádios Record e Educadora Paulista.
Foi quando teve a oportunidade de gravar seu primeiro disco “Cantigas de Quem te Vê”, uma canção de Sivan Castelo Neto, que não vingou, mas abriu-lhe as portas para o mundo das gravações.
Já no Rio de janeiro, passou a atuar no Copacabana Pálace, onde se manteve de 1939 a 1948.
Nessa época gravara seus dois primeiros sucessos: “Amor por Correspondência” e “Mil Corações”. Em 1938 gravou “Rosário de Lágrimas” e no ano seguinte uma versão de um tango que estava fazendo sucesso internacional: “Por Vos, Yo me rompo todo”.
Em 1941 regravou alguns sucessos antes lançados por outros cantores, como “Maria” e “Os quindins de Iaiá”, de Ari Barroso, “Maria Boa”, de Assis Valente e “É Bom Parar”, de Rubens Soares. E, da autoria de Pedro Caetano, “Guarapari”.
Nessa época já fazia parte do cast da Rádio Nacional e do Trio Melodia, com Albertinho Fortuna e Paulo Tapajós.
E nos carnavais de 1946 e 1947 o povão cantou com ele “Pirata da Perna de Pau” (1946) e “Tem Gato na Tuba” (1947). Músicas que não podem faltar nos blocos populares mesmo de nossos dias.
Ainda em 1947, conheceu outro sucesso: “Fim de Semana em Paquetá”, de Braguinha e Alberto Ribeiro.
Em 1969, apresentou-se em Carnavália, de Sidney Miller no Teatro Casa Grande, espetáculo que durou quase um ano.
Em dezembro de 1975 sofreu um acidente automobilístico, no qual perdeu uma perna e, dias depois (em 20 de dezembro) não resistindo, veio a falecer aos 62 anos.
Norma
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