Minha saia de retalhos, seda, coloridos, rodou a cigana. Rodou seu colo, cabelos, pernas, ventre e braços. Rodou seus olhos e pescoço... Calou sua boca, e deixou seu coração entregar-se.
Alma cigana, por que me abandonastes? Evoluístes, e estás a tocar harpa ?
Mas ontem voltastes. Descalça, na ponta dos pés,despida de todos os véus. Teus olhos encandeados pela luz da paixão, dançaram, ao som dos ritmos ciganos. Chegou numa completude deslumbrante de Carmen (Rita Hayworth), Mata Hari e Isadora Duncan.
Depois foi acalmada pela música de Astor Piazzolla, Billie Holiday e Louis Armstrong., e a vida ficou cor-de-rosa. Hora de levitar, de fugir, de voar, de encostar a cabeça no travesseiro... Pensar, relaxar, e sonhar.
Olho-me através do espelho e não me vejo. Encontro teu olhar a procurar-me... Preso na nesga que entrega a minha chegada.
Meu corpo é teu. Meus movimentos ensaiam a linguagem do amor. Neles te prendo, e num enlace de um bolero, colamos nossos sentimentos .
Era madrugada, ainda na mira da aurora boreal . Fechei os olhos e senti a mágica que a vida faz, quando nos vulnerabilizamos aos encontros de almas.
Nem precisa chamar, nem sequer desejar... Se estivermos na freqüência mais alta, na mais sutil das energias, o outro chega, e invade a nossa madrugada!
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