por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 14 de março de 2011

A Coluna da Hora - Emerson Monteiro


Dos logradouros cratenses que possuem mais nomes, a Praça Francisco Sá vem recebendo várias identificações conforme características que apresenta no decorrer de sua ativa história de porta principal da cidade: Praça do Cristo Rei, da Estação, das Kombis, dos Ônibus, e Praça dos Pombos. Quando cheguei a Crato, na primeira metade da década de 50, era o quadro mais bonito dentre as outras praças do centro urbano. Recepcionara, em 1926, o primeiro trem vindo de Fortaleza, data de festa gandiosa, e merecera do prefeito Alexandre Arraes de Alencar, nos preparativos das comemorações do Centenário do Município, os melhores mimos de decoração.
Entre seus Ficcus benjamim e torceras de flores coloridas, edificara alguns dos monumentos alusivos àquela fase cratense: uma fonte luminosa, de que, hoje, só restam resquícios; a Coluna da Hora; e a Fonte da Samaritana; estas belas e intactas, apesar da carência dos maiores cuidados.
A Praça da Estação cumpriu importante papel nos itinerários de minha história de infância e morador do Bairro Pinto Madeira à busca dos acessos da vida social do lugar. Escreveu não leu, cruzava seus canteiros e desviava de seus postes de ferro prateado, o que, por maior empenho dedicasse, não escaparia, certa vez, de trombar num deles e colher galo dolorido bem no centro da testa.
A edificação da Coluna da Hora, monumento de bom gosto, encimada pela imagem de Jesus em escala adaptada às proporções do Cristo Redentor do Rio de Janeiro, coube construir a Alexandre Arraes, no ano de 1938, sob orientação do arquiteto-escultor Agostinho Balmes Odisio, mestre italiano responsável pelo trabalho, segundo consta numa das placas do pedestal.
A execução da obra, por sua vez, ficou a cargo do mestre Vicente Marques da Silva, imaginário nascido em 06 de janeiro de 1908, na cidade de Juazeiro do Norte, e que viveu algum tempo em Crato, um dos irmãos de Raimundo Marques, Mundinho, o autor da Samaritana, inaugurada em 21 de junho de 1952, e goleador emérito do futebol de antanho, falecido vítima de acidente automobilístico num dos cruzamentos da cidade.
Dia desses, abordado por Aristides, decano personagem da AABB de Crato, ele indagava quando retornará o funcionamento normal do relógio da coluna, tão apreciado pelos frequentadores da praça, indagação esta que ora repasso aos titulares da municipalidade e responsáveis diretos pelo assunto.
Dentre os registros e citações que adornam o valioso monumento, duas falam de perto à alma de nosso povo, quais sejam: Cristo reina, vence e impera, dístico gravado em latim clássico. E Sede bem-vindo, nesta terra há lugar para todas as pessoas de boa vontade, palavras bem aos moldes da grandeza desta gente alencarina.

Um comentário:

socorro moreira disse...

Texto primoroso!

Fiquei chapada com a foto.