por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Pedro Caetano- Por Norma Hauer




MAIS UM CENTENÁRIO = PEDRO CAETANO

Estou aqui para relembrar um grande compositor, que nasceu no dia primeiro de fevereiro de 1911.
Sendo assim, hoje é dia de seu Centenário.

Trata-se de PEDRO CAETANO , nascido no interior de São Paulo, em uma fazenda na cidade de Bananal, de uma família de 12 filhos
.
Ainda criança, perdeu seus 4 irmãos (homens) sendo criado ao lado de suas 7 irmãs. Estas, chegando à adolescência pediram aos pais que saíssem do interior e procurassem uma cidade maior.

Assim sua família veio para Niterói, aqui no Estado do Rio de Janeiro.

Tendo aprendido as primeiras letras com sua mãe (professora) já aos 12 anos ,largou os estudos e foi trabalhar em uma loja de calçados e, nas horas de folga, brincava de cantar e fazer músicas, descobrindo sua verdadeira vocação: compor, embora se mantivesse no comércio de calçados, até o fim de sua vida. Essa loja funcionou em um sobrado da Rua Sete de Setembro, recebendo o nome de Casa Pedro.

Descobrindo sua principal vocação, passou a freqüentar as proximidades do Largo do Marananã onde travou conhecimento com um primo de Sílvio Caldas, que lhe facilitou o ingresso no meio dos bambas da música de então. Isso em 1934.

Sílvio não fez fé em seu primeiro samba ("Juramento Falso"). Como já havia uma música com esse nome (gravada por Orlando Silva) Pedro Caetano o mudou para "Foi Uma Pedra que Rolou", cantada, mas não gravada.
De qualquer forma,estavam abertas as portas que levaram Pedro Caetano ao sucesso. Sua música o fez conhecer Claudionor Cruz, que se tornou seu parceiro em inúmeras composições.
Em 1935 um samba de nome "Tocador de Violão"foi sua primeira gravação. Não aconteceu, mas Pedro,ao lado de Claudionor não esmoreceu e, na voz de Orlando Silva, conheceu seu primeiro sucesso: a valsa "Caprichos do Destino". Estourou!

"Se Deus um dia, olhasse a Terra e visse meu estado,
Na certa compreenderia o meu viver desesperado
E tendo ele, em suas mãos, o leme dos destinos
Não deixar-me-ia assim a cometer desatinos"...

É intreressante observar o uso correto do verbo DEIXAR em mesóclise, no então modp Condicional, hoje intitulado Futuro do Pretérito (uma bobagem, essa mudança).
Alguém, que não seja literato ou professor, saberia usar hoje a forma mesóclise ?

A partir daí, foram muitos os parceiros de Pedro Caetano e as músicas foram desfilando.

Compôs , dentre outras músicas, Nova Ilusão", "Sandália de Prata", "Botões de Laranjeira", "Duas Vidas", "Eu Brinco", "Disse Me Disse", "Onde Estão Os Tamborins?", "É Com Esse Que Eu Vou" - esta foi sucesso em uma novela das oito na voz de Elis Regina.

Só para citar algumas.

Com "Disse Me Disse", gravação original de Carlos Galhardo, aconteceu algo que o deixou muito aborrecido. Visitando Madri, uma cantora portuguesa cantou esse samba como se fosse da autoria dela e, algum tempo depois, vindo ao Brasil, atuou na Rádio Tupi, voltando a cantá-lo.
Pedro apresentou-se como autor e a tal cantora simplesmente sumiu.

A morte de Pedro Caetano, no dia 27 de julho de 1991, foi trágica: atravessando, à noite, a Avenida Marechal Rondon, foi atropelado, ficando seu corpo durante três dias no IML, como indigente. Estava sem documentos.
Foi reconhecido por um amigo, que providenciou seu enterro.

E assim, mais um grande nome de nossa música partiu para a viagem sem volta.


NOTA:
Hoje, usando o título de Pedro Caetano, está-se realizando um "show", só de sambas carnavalescos dos anos 30, 40 e 50, exatamente com o nome do samba de Pedro Caetano: "É Com Esse Que Eu Vou".

Norma




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