leia-me como um córrego
leia-me feito um barquinho
ou um sofá
a minha alma lá
descendo pelo meio-fio
não pare de ler minhas mãos
não pare de ouvir as palavras
o córrego não tem culpa
da chuva fina depois tempestade
primeiro escorrego na calçada
em seguida (dentro do ônibus
pela janela embaçada) admiro
um arco-íris:
tudo é uma questão de doçura
verniz na cômoda, guizos nas nuvens.
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