A “SABEDORIA” DE BRIZOLA – José Nilton Mariano Saraiva
Depois de passar por “N” partidos de espectros políticos os mais
disformes ao longo da sua agitada e instável carreira política, eis que na
atualidade Ciro Gomes se acha filiado ao PDT, agremiação criada por Leonel
Brizola (que nos deixou já há um certo tempo).
Ególatra, maquiavélico e intransigente (mas metido a esperto), sempre
que possível Ciro Gomes cita-o em seus pronunciamentos, à busca de uma
identidade com o próprio, claramente objetivando auferir dividendos. Nada mais
irreal ou mentiroso, já que Brizola era um líder nato, nacionalista ao extremo
e dono de um carisma difícil de encontrar nos políticos atuais.
Arrogante, aloprado e messiânico, Ciro Gomes concorre pela quarta vez à
Presidência da República, sem que haja conseguido a adesão de ninguém, em razão
da sua propensão a querer que os mortais comuns lhes devotem obediência cega e
irrestrita. Tanto, que até os próprios irmãos, Cid e Ivo Gomes (sujas crias políticas),
resolveram “bater de frente” com ele ao apoiar para o governo do Ceará o
candidato do PT, seu arquirrival.
Assim, faltando menos de uma semana para a votação no primeiro turno da
eleição presidencial e com sofríveis 7,0% (sete por cento) das intenções de
voto nos mais diferentes institutos de pesquisa, intimamente Ciro Gomes não tem
como não reconhecer que sua estratégia de tentar denegrir o preferido da
maioria da população – Lula da Silva – através de virulentas e descabidas
acusações, não deu resultado e, pior, só favoreceu e muito o fascista do
Bolsonaro (a quem – é imperativo que não esqueçamos - já favorecera na eleição
passada, quando viajou a Paris, deixando seus adeptos sem pai nem mãe, na mais
absoluta orfandade).
Agora, desesperado com a perspectiva real de ter até menos votos do que a
“estreante” Simone Tebet, tentou atrair os holofotes midiáticos ao lançar um
ridículo “manifesto à nação", no bojo do qual
julga estar sendo vítima "de uma gigantesca e virulenta campanha, nacional
e internacional". De novo quebrou a cara, já que a repercussão foi pífia,
ou inexistente.
Isso nos remete à “sabedoria” do Brizola, fundador do PDT, que lá atrás
já afirmara em uma entrevista... “francamente, não me causa nenhuma impressão
nem ao povo brasileiro esses candidatos que se apresentam com programinha
impresso, sem ouvir ninguém, sem ouvir a população; apenas reúne uns
tecnocratas entre quatro paredes que lhes dizem... “está aqui o programa”.
Definitivamente, o “coroné” dançou solenemente e, agora, tende a receber
o justo prêmio a que faz jus: o esquecimento, o ostracismo o desterro político por
parte da população.
Vade-retro.
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