por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 15 de abril de 2022

“ESTRANHAS” COMPRAS – José Nílton Mariano Saraiva


Com referência ao medicamento Viagra, na bula do fabricante Pfizer (bem como nas dos demais laboratórios), o item sobre “Para que Este Medicamento é Indicado” contém uma única e bem clara recomendação: “Viagra (citrato de sildenafila) está indicado para o tratamento da disfunção erétil, que se entende como sendo a incapacidade de obter uma ereção (rigidez do pênis) suficiente para um desempenho sexual satisfatório”.

Partindo-se de tal asseveração, é estranho que o Governo Federal, através do Ministério da Defesa, ao reconhecer e tentar justificar a "estranha" compra (com dinheiro público), de 35.320 comprimidos do Viagra, haja alegado que... “a aquisição de sildenafila visa ao tratamento de pacientes com Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP), que é recomendado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)” e que... “por oportuno, os processos de compras das Forças Armadas são transparentes e obedecem aos princípios constitucionais” (há, no entanto, a suspeita de acréscimo de mais de 100,0% num dos lotes adquiridos).

OBS: a “hipertensão arterial pulmonar” é uma doença rara que faz com que a pressão arterial nos pulmões seja mais alta, e É MAIS COMUM EM MULHERES; mas, na bula do Viagra não consta nada sobre).

Estranhamente, no caso em comento os 35.320 comprimidos do Viagra tiveram uma destinação contraditória entre as tropas, já que à Marinha foram destinados 28.320 comprimidos (80,18%) para um contingente de 76.000 elementos, ao Exército foram endereçados 5.000 comprimidos (14,16%) para um universo de 215.000 integrantes e à Aeronáutica 2.000 comprimidos (5,66%) para ser usado por 65.000 servidores. Como explicar tal desproporcionalidade ???

Também foram adquiridas, com dinheiro público, 60 (sessenta) próteses penianas infláveis, ao preço médio de 50.000/60.000 reais cada, perfazendo um total de R$ 3,5 milhões de reais.

Na primeira compra foram 10 próteses, ao preço de R$ 50 mil cada, destinadas ao Hospital Militar da Área de São Paulo. Na segunda compra, adquiridas outras 20 unidades, cada uma custando aproximadamente R$ 57 mil, que foram enviadas para o Hospital Militar da Área de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. O último pregão acumulou outras 30 próteses, ao preço de R$ R$ 60 mil por unidade e foram novamente destinadas ao Hospital Militar da Área de São Paulo.

É evidente que, pelo estratosférico e absurdo valor unitário, tais “utensílios domésticos” não contemplaram a “arraia miúda” da tropa (cabos e soldados), mas tão somente o oficialato das três forças (entre os quais alguns aparentemente “superdotados”, já que o tamanho das referidas próteses varia entre 10 e INCRÍVEIS 25 CENTÍMETROS).

Alfim, há que se ressaltar que... “as próteses penianas são utilizadas principalmente no tratamento de disfunção erétil e que há dois tipos: maleáveis e infláveis, com a segunda simulando melhor a fisiologia da ereção normal, por meio da implantação de dois cilindros, uma bomba e um reservatório, daí ser mais cara que a maleável”.

A saber, quais foram os “felizes” (ou seriam “infelizes” ???), contemplados com uma ajuda de valor tão expressivo.

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