por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

"BABYCRACIA" - José Nilton Mariano Saraiva


E não deu nem para esperar pelos tradicionais 100 dias de arrego, normalmente concedidos a quem chega lá, a fim de que pudéssemos emitir algum juízo de valor. Com menos de dois meses de assunção do poder, muitos daqueles que sufragaram o atual inquilino do palácio do Planalto (Jair Bolsonaro) já mostram inequívocos sinais de arrependimento e desesperança ante a falta de comando e inaptidão para a função de Presidente da República, demonstrados pelo próprio.

É que, acostumado à inoperância e vadiagem reinante no baixo clero da Câmara Federal, onde passou 28 anos sem nada produzir (a não ser em benefício próprio), o truculento, despreparado e incompetente ex-capitão do exército já deve ter se perguntado o que está fazendo ali e como tantas pessoas tiveram a coragem de o sufragarem (é, literalmente, uma barata-tonta a zanzar sem rumo pelos corredores do palácio).

Já nós outros, estupefatos, descobrimos, da noite pro dia, que embora muitos militares hajam sido alocados em postos-chaves da estrutura presidencial como uma forma de escudo protetor ao descalabro que mais cedo ou mais tarde eclodiria (como está a ocorrer), constatamos que estamos a ser geridos por uma inédita “congregação-familiar”, a “babycracia”.  

Que nada mais é que a oportunista, perigosa e deslavada cessão do direito de governar, de Bolsonaro aos três filhos, todos “empregados” na política pelo próprio pai (vereador, deputado e senador) e, portanto, seus fiéis escudeiros.

Arrogantes, prepotentes e sem escrúpulos, os “babys” (Carlos, Eduardo e Flávio) em tão pouco tempo baldearam o coreto de uma forma tal que findaram por, inadvertidamente, “entregar o ouro”: é que, tal qual as tradicionais  famílias italianas  vinculadas à máfia, por aqui o clã Bolsonaro tem a proteção desabrida das perigosas milícias-militares estabelecidas no Rio de Janeiro (gente da pesada, que atira antes de perguntar).

A propósito, o atual Ministro da Justiça, o todo poderoso ex-juiz, Sérgio Moro, bem que poderia nos informar por onde anda o “motorista-milionário” do Flávio Bolsonaro, por cuja conta bancária transitaram milhões e milhões de reais ???  

Ante o exposto, a dúvida que nos assalta é se os “milicos”, já lá instalados, aceitarão passivamente que os “babys” irresponsáveis mandem e desmandem, casem e batizem, façam e desfaçam e, enfim, assumam de vez o poder, já que com carta-branca do pai, para tal.

O retrato emblemático de tal situação nos foi mostrado hoje, quando o presidente do partido, coordenador, tesoureiro da campanha e Ministro do governo de Bolsonaro (outro meliante) foi sumariamente escorraçado do Planalto em razão de divergência com um dos rebentos do presidente (Carlos).

Seria essa a senha para que os “estrelados” forcem a barra e assumam de vez o poder, na perspectiva que o estado de saúde de Bolsonaro inspira sérios cuidados ???  Ou prevalecerá, por cima de pau e pedra, a “babycracia” ???

A conferir.
  


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