por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 13 de maio de 2016

SOBRE "PIPOCAS E REFRIGERANTES" - José Nilton Mariano Saraiva

Abaixo, trecho da postagem “Bicudos não se beijam” que aqui apomos já há alguns meses, com base na movimentação política à época:


“…dentre os diversos senadores e deputados a serem investigados, os presidentes das duas casas legislativas – Senado e Câmara Federal – encabeçam a lista, numa prova inconteste de que o principal antro de safadezas, corrupção e falcatruas ali se encontra; particularmente, entendemos que não são apenas 300 ou 400 picaretas; do total de 594 parlamentares (513 deputados e 81 senadores) com muito, mas muito esforço poderíamos livrar a cara de 10% (60 deles) e olhe lá. Portanto, chega de hipocrisia. Há que se achar uma reforma política que obste toda essa cafajestice institucionalizada”.

Pois bem, como hoje se constata, já àquela altura antevíamos a “sacanagem” da qual seria vítima a nossa Presidenta “Ficha-Limpa” Dilma Rousseff, na perspectiva de ter que ser “julgada” (sem que tenha havido crime de responsabilidade) via perpetração de um “golpe parlamentar” ungido no ventre de uma cambada de marginais e bandidos com assento naquelas duas casas legislativas (foram 367 na Câmara e 55 no Senado); não deu outra e o golpe travestido de impeachment foi aprovado (a divulgação da “Lista da Odebrecht”, a posteriori, apenas confirmou aquilo que todos já sabíamos).

No entanto, e que isso fique bem claro, a deflagração do golpe só foi possível em razão da não intervenção de outros atores, as “Excelências” do Supremo Tribunal Federal que, deixando de lado e negando sua condição de “Guardiões da Constituição”, vergonhosamente se bandearam, na hora em que mais se fazia necessário sua intervenção, para o lado da ilegalidade e da ruptura democrática; assim, num primeiro momento deixaram que um confesso mafioso e réu do próprio STF, comandando um condomínio de corruptos e ladrões, anulasse o voto de quase 55 milhões de eleitores e iniciasse o processo de impeachment; e, posteriormente, quando se negaram a examinar o “mérito” de tão grave questão (capaz de depor uma Presidenta da República democraticamente eleita), já que teimaram em adstringir-se à questão do “rito processual”, que poderia muito bem ser decidida por um advogado de porta de fórum.

Assim, por mais estapafúrdio que fosse, preferiram suas “Excelências” (na iminência de um crime histórico) e em meio a acusações contra quase 200 parlamentares e denúncias contra os presidentes da Câmara e do Senado, “deitar cátedra” sobre algo que consideraram muito mais relevante e superlativo, capaz até de definir o destino da nação: se se constituía uma violação à Constituição Federal proibir a entrada, nos cinemas, de pipoca e refrigerantes comprados em outros estabelecimentos (não, não se trata de nenhuma piada; é vero, senhores, acreditem).

Portanto, queiram ou não os adeptos do “quanto pior, melhor”, o GOLPE existiu, sim (e a mídia internacional o denunciou, apesar do boicote da mídia tupiniquim), e para que ao fim obtivesse êxito contou com a colaboração valiosa da prolixa turma de togados do STF.

Coincidentemente, na mesma ocasião e a toque de caixa (decisão urgente urgentíssima, vapt-vupt), a Câmara dos Deputados aprovou um superlativo aumento para todos os integrantes do Poder Judiciário.

Verdadeira imoralidade, aqui ou alhures.



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