Por
uma questão de coerência não votamos no conterrâneo Camilo
Santana na última eleição para Governador do Estado, da qual
sagrou-se vencedor. É que, como já externamos aqui em mais de uma
oportunidade, nunca sufragamos e jamais o faremos, os Ferreira Gomes
e os Jereissati da vida, aí inclusos os seus coniventes e
convenientes “marionetes-afilhados-políticos”. Questão de
convicção. Inabalável e indestrutível.
No
entanto, com a sua vitória, como cratense fervorosamente torcemos
muito para que finalmente a nossa cidade merecesse um pouco de
atenção da sua parte e deslanchasse de vez, principalmente em razão
de ter-lhe dado uma votação estupenda, pra lá de superlativa
(foram quase 90% dos votos válidos).
É
que o Crato, de uns 40 anos até aqui (desde o tempo do competente e
austero prefeito Pedro Felício Cavalcante), desapareceu do mapa
político do Estado, abandonado que foi por sua própria população,
ao optar por pessoas sem a qualificação devida para a Prefeitura,
Câmara Municipal e Assembleia Legislativa Estadual e que, em lá
chegando, trataram apenas e tão somente em “se fazer”,
legislando em causa própria.
Assim,
Camilo Santana, se realmente tivesse alguma consideração pelo Crato
e em respeito a espetacular votação obtida na cidade, bem que
poderia tentar mudar o curso da história, lutar contra o “status
quo” vigente, que privilegia há muito uma única urbe ao sul do
Ceará (Juazeiro do Norte), carreando alguma obra de vulto para a
terra natal, já que o “dono da caneta” (e, quer queiram ou não,
a junção da “caneta” com a “decisão política” resulta em
um poder extraordinário, também conhecido por “componente
político”).
Lamentavelmente,
entretanto, o que se observa no dia a dia, desde a sua assunção na
chefia do executivo cearense, é que o cratense Camilo Santana não
está nem aí para a sua terra-berço, porquanto as grandes obras do
Estado continuam com o velho, manjado e viciado endereço: a cidade
vizinha. Tanto é vero que, agora mesmo, se divulga que a versão
interiorana do austero e respeitado Colégio Militar Cearense será
ali instalada, daqui a pouco (pra “compensar”, e de certa forma
enganar ou trouxas, no Crato será asfaltada a estrada que liga o
distrito de Santa Fé a algum subdistrito; e tome propaganda).
Mas,
os “instruídos e conscientes” eleitores do Crato não perdem por
esperar: o cratense Camilo Santana, num primeiro momento tentará
influenciar na eleição pra prefeito da cidade, no corrente ano; e,
posteriormente, como todos que detém o poder (“caneta” na mão),
tentará a reeleição no próximo pleito em 2018; e aí, sim,
lembrar-se-á de que o Crato existe, e lá se fará presente com
promessas mil e a conversa fiada de sempre; e é bem provável que
seus bovinos conterrâneos lhe entupirão de votos mais uma vez.
E
depois reclamam da vergonhosa condição de “cidade-dormitório”,
que é o que o Crato é hoje.
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