por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 2 de agosto de 2015

TUDO PODERÁ SER PIOR POIS ANTES ERA APENAS UMA FESTA COM O ESTOQUE DA DESPENSA - José do Vale Pinheiro Feitosa

A Europa, tensa, por tantos problemas de ordem econômica, tem um enorme espinho na garganta. O progresso, a partir dos anos 60 até a crise, se fez junto com uma sólida migração de pessoas qualificadas ou não vindas de países em desenvolvimento.

Hoje a notícia é que nas duas portas do Eurotúnel, que atravessa o Canal da Mancha, teve ação francesa de um lado e inglesa no outro. Grandes operações para que migrantes acumulados no Porto de Calais não cheguem até a Inglaterra.

O principal problema da migração globalizada se encontra no EUA, mas na Europa as notícias são mais ou igualmente dramáticas. A rota DO Mediterrâneo não deixa de afogar pessoas diariamente.

Onde acontece o princípio e fim? De um ciclo? A grande migração rural e urbana impulsionou a economia mundial com os mercados globalizados ávidos para criar estruturas urbanas que albergassem tanta gente nova nas cidades.

Por isso todas as bolhas da atual crise do capitalismo, de ponta a ponta, indo dos EUA até a China, incluindo Europa e Brasil se encontra nalguma escala no pivô da Construção Civil e da população mudando de um país para outro em todo mundo.

As fabulosas taxas de crescimento chinesa também fizeram pivô no furacão da Construção Civil e na crença que o crescimento levaria mais tempo do que afinal levou. A Construção Civil, criando cidades e bairros, ampliando serviços e consumo de energia, criando vias e enchendo-as de veículos, levantando edifícios, abastecendo as moradias com eletrodomésticos e mobiliários, girou uma roda descomunal do capitalismo.

E esta roda está parando com o que se chama bolha imobiliária. Pois é ficção dos bancos e suas carteiras, que a realidade puxa por gravidade aqueles derivados descomunais para a base real de uma economia deprimida.

Thomas Pikkety já advertira que taxas de crescimento muito elevadas são irreais. Elas apenas revelam o quão atrasado estavam os povos antes ou o esforço para recompor anos de perdas materiais para afinal chegar-se ao mesmo padrão de anos passados.


Vamos entrar numa fase da história humana onde o “otimismo do crescimento” dará lugar a outras formas de viver as sociedades. Aquele sonho de que tudo será melhor no futuro, parece entrar numa fase em que tudo pode ser até pior, pois o que antes era melhor fora apenas uma festa na qual se gastou todo o estoque da despensa. 

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