Das extraordinárias qualidades que Deus dotou o mundo, uma das principais foi a de que nada tem volta, o
universo não tem freio nem marcha a ré, ele gira, explode, expande, encolhe,
mas não para, segue sempre em frente. Com esta simples constatação a vida fica
mais simples, a convivência melhor compreendida. Como a vida faz parte do
mundo, também não para nem dá marcha a ré, o jeito é tocar para a frente. Assim
as decisões e escolhas ficam limitadas, mais fáceis de serem tomadas. Recomeçar
qualquer coisa que deu errado, provavelmente também não dará certo. O que precisa é melhorar o que já foi feito.
Se brigamos ou sofremos algum acidente não tem como apagar, tem que sarar e
tocar pra frente.
A humanidade começou a vida de uma maneira simples, sem muitas
complicações além daquelas necessárias para a sobrevivência. Pena que Adão e
Eva tenham atrapalhado o idílio Divino. Alguns
milhares de anos depois, chegamos aos dias de hoje com guerras, dilúvios,
pestes, escravidão, sacanagens de toda ordem para justificar a conseqüente exploração
de uns por outros.
Uma lição que tiramos disso é
que no início, e ainda hoje, nos aglomerados humanos um pequeno grupo de
privilegiados manda e explora a imensa maioria, usufruindo e acumulando
praticamente sozinho o resultado do trabalho da maioria. Mas, como o mundo não
para e a luta pela sobrevivência continua, sempre ao custo de desesperadas
lutas por uma divisão mais justa do produto do trabalho e das riquezas, a
classe dominante, a contragosto, tem que ceder privilégios. Países antes com
monarquias absolutistas, para sobreviverem, tiveram que mudar para monarquias
parlamentaristas. Lembrando que algumas delas perderam a parada e hoje são repúblicas.
Infelizmente o avanço não é uniforme, mas não para. Por exemplo, no
caso do Brasil, a escravidão foi extinta oficialmente em 13 de maio de 1888; após
55 anos, em primeiro de maio de 1943, veio a CLT - Consolidação das Leis do Trabalho - que alguns
especialistas consideram como as primeiras leis “complementares” à Lei Áurea. A
CLT aos poucos se aprimora como com a Lei de 19 de dezembro de 2000 que proíbe
o trabalho infantil, e mais recentemente, em 26 de março de 2013,
com a aprovação da Emenda
Constitucional nº 66, a chamada PEC das Domésticas. De forma que passaram 125
anos para que, finalmente pelo menos na lei, todos os trabalhadores tenham os
mesmos direitos.
Como mostra a
história, não é difícil imaginar que o esforço das classes dominantes para manterem
sozinhas os privilégios é uma luta perdida. Nessa guerra, no máximo ganham
tempo.
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