Voltamos repetir o que afirmamos no dia 1° de fevereiro de 2011, há mais de quatro anos portanto, quando a população cratense enxugava a lama que tomou conta das ruas e de várias residências e prédios comercias, devido ao transbordamento do Rio Grangeiro. Ontem em chuva de menor intensidade do que a daquela época, as noticias revelam que a situação nada mudou. E quem são os culpados?
Dessa vez não podemos de modo algum responsabilizar a extrema pobreza da nossa subdesenvolvida região. Como vem ocorrendo há mais de sessenta anos, o Crato vive órfão de liderança. A população depositou toda a sua expectativa de dias melhores nessa última eleição para prefeito. Na minha modesta opinião, naquela eleição o povo do Crato não escolheu simplesmente um candidato, mas deu um recado claro, direto e gritante de que precisava mais do que um prefeito, precisava de liderança. Não adianta procurar culpados. Cada um de nós, cratenses somos culpados pelas nossas escolhas.
Mas se serve de ajuda, é claro que devemos ajudar, então vamos delinear algumas linhas de ação para solucionar esse grave problema das inundações, antes que de acordo com a crença indígena, a pedra da Batateira arraste o Crato.
Em primeiro lugar, o canal do Rio Grangeiro deverá ser redimensionado. A municipalidade deverá se apoiar em estudos presumivelmente existentes sobre os índices pluviométricos da bacia do Rio Grangeiro a montante da cidade do Crato. Quais são os registros dos volumes das cheias máximas? Será necessário aumentar a calha do canal? Caso positivo, cair em campo em busca dos recursos necessários. A população cratense a uma só voz deverá pressionar todos os deputados federais e estaduais que se lembraram do Crato nas últimas eleições. Todos aqueles que obtiveram expressiva votação em nossa terra, muitos dos quais, sem o voto dos cratenses, jamais teriam sido eleitos.
Entretanto devemos olhar para o futuro. Existem recursos para demolir o atual canal e refazer outro, com melhor dimensionamento? Se tal resposta for negativa, busquemos outras soluções para evitar o pesadelo das inundações. Particularmente, eu vejo com bons olhos uma idéia externada pelo ex-prefeito do Crato, pela construção de duas pequenas represas para barrar o leito do Rio Granjeiro, a montante da cidade, com barragens de concreto armado, bem dimensionadas e, construídas criteriosamente para evitar danos ainda piores. Além de barrar as cheias, tal providência serviria para reforçar o abastecimento d’água da cidade, além de despoluir o canal e propiciar a irrigação dos canaviais a jusante da cidade do Crato nas estações secas.
Enfim, lembrar que pela primeira vez na sua história, o Crato possui um governador eleito com o voto de mais de 83% dos seus eleitores, mais do que uma prova de confiança, uma súplica, salve-nos jovem Camilo. Seja a nossa recompensa e o líder que falta ao Crato.
Por Carlos Eduardo Esmeraldo
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