Enquanto falo de Boulangerie em plena semana que antecede o
próximo pleito eleitoral, o leitor tem todo o direito de pensar em certo “escapismo”.
Não tanto ao céu e nem tanto a terra. Viver é abraçar a temática que se
aproxima de nós em todos os sentidos. De dentro para fora e de fora para
dentro.
No Ceará se aí votasse juro por Sant´Ana que para governador
já sei em quem votaria. Na senatoria, teria muitas dúvidas se me resta alguma
alternativa além de praticar o que nunca faço que é não me expressar. Para deputado
nos dois níveis aí não teria dificuldades de bater a tecla.
E para presidente? Votaria pensando num discurso pronunciado
por Getúlio Vargas no primeiro de maio de 1954 quando mais acirrada estava a
luta política. A essência deste discurso era o anúncio de um aumento
substancial do Salário Mínimo. A questão do Salário Mínimo é um dos maiores
avanços do Direito Social do Trabalhadores, pois associa a remuneração do seu
trabalho com aS condições básicas de sua sobrevivência com dignidade. Quando
muitos se queixam hoje de seus valores não podem jamais esquecer que o problema
não é a existência dele, mas sim a atribuição do seu valor e, claro, as
fundamentações econômicas para lhe valorizar.
No discurso, Getúlio Vargas, ao defender o valor do salário
mínimo contra a UDN, militares de direita e empresários, firma princípios dos
quais um cidadão consciente não pode se eximir. Seleciono alguns trechos:
“Não me perdoam os que
me queriam ver insensível diante dos fracos e injusto com os humildes. Continuo,
entretanto, ao vosso lado. E continua Getúlio: “Tendes de prosseguir na vossa luta para que não seja malbaratado o
nosso esforço comum de mais de 20 anos no sentido da reforma social, mas, ao
contrário, para que esta seja consolidada e aperfeiçoada.”
E Getúlio radicaliza ainda mais ao transferir a luta pelos
direitos sociais para os verdadeiros atores: “Para isso não cabe nenhuma hesitação na escolha do caminho que se abre
à vossa frente. Não tendes armas, nem tesouros, nem contais com as influências
ocultas que movem os grandes interesses. Para vencer os obstáculos e reduzir as
resistências, é preciso unir-vos e organizar-vos. União e Organização devem ser
o vosso lema.”
E termina com o instrumento para tal localizando onde o
poder deve se localizar: “Há um direito de
que ninguém vos pode privar, o direito do voto. E pelo voto podeis não só
defender os vossos interesses como influir nos próprios destinos da nação. Como
cidadãos, a vossa vontade pesará nas urnas. Como classe, podeis imprimir ao
vosso sufrágio a força decisória do número. Constituís a maioria. Hoje estais
como o governo. Amanhã sereis o governo.
E Getúlio arremata dizendo com quem se pode e com quem não se
pode contar: “Não deveis esperar que os
mais afortunados se compadeçam de vós, que sois os mais necessitados. Deveis
apertar a mão da solidariedade, e não estender a mão à caridade. Trabalhadores,
meus amigos, com a consciência da vossa força, com a união das vossas vontades
e com a justiça da vossa causa, nada vos poderá deter.”
3 comentários:
Eu (a) doro Sant'Ana ?
Eu respeito incondicionalmente!
Zé do Vale, muito bom seu comentário. Estou aguardando os entendimentos entre os candidatos e lideranças partidárias para ver qual dos dois candidatos assume compromissos mais próximos com o expresso nas palavras de G. Vargas. Caso Aécio mantenha Armínio Fraga como ministro da fazenda, fica difícil. Abraços
Zé do Vale, muito bom seu comentário. Estou aguardando os entendimentos entre os candidatos e lideranças partidárias para ver qual dos dois candidatos assume compromissos mais próximos com o expresso nas palavras de G. Vargas. Caso Aécio mantenha Armínio Fraga como ministro da fazenda, fica difícil. Abraços
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