por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 27 de agosto de 2013

O sonho acabou - José Nilton Mariano Saraiva

Já tivemos - os brasileiros – já lá se vão alguns anos, sobejas razões para permanecer em casa às manhãs dos domingos (e até mesmo acordar na madrugada), a fim de acompanhar nossos pilotos nas concorridas corridas de Fórmula 1, mundo afora.

A partir do pioneiro Emerson Fittipaldi (bicampeão da Fórmula 1 e campeão na Indy), passando pelo polêmico e antipático Nelson Piquet (tricampeão) até chegar no Ayrton Senna (também tri), todos eles nos deram prova de competitividade e arrojo, elevando o nome do Brasil lá fora e, evidentemente, deixando-nos cheios de orgulho.

Eis que, com a morte prematura e dramática do Ayrton Senna, em 1994, no auge da forma, que provocou uma consternação geral não só aqui, como em outros países, onde era respeitado em razão do carisma e competência, a Rede Globo (promotora do evento pra essas bandas) resolveu jogar todas as fichas no atrapalhado paulista Rubens Barrichello.

Foi uma decepção. Desprovido de carisma, com os nervos sempre em pandarecos, medroso e atrapalhado, principalmente nas corridas aqui no Brasil, até a comemoração (nas raras vezes em que conseguiu subir ao pódio) se nos apresentava ridícula e despropositada, a tal “sambadinha”; e, mesmo chegando a uma equipe de ponta como a italiana Ferrari, pouco fez de produtivo, embora se vanglorie de ser o piloto que mais participou de corridas de Fórmula 1 (mais de 200 grandes prêmios).

Posteriormente, sempre com o apoio da emissora global, num primeiro momento Felipe Massa nos fez sonhar com os áureos tempos, impressão essa que se foi desvanecendo ao longo dos meses; e, quando sofreu um grave acidente, na Hungria, que quase lhe ceifa a vida, o brasileiro (agora casado) claramente voltou receoso, com o freio de mão sempre levantado, embora com um carro de ponta (também a Ferrari).

Hoje, no país o esporte já não causa nenhuma empolgação, tanto é que são poucos os brasileiros que se dispõem a renunciar a uma praia ou mesmo a um shopping qualquer, nas manhãs de domingo, a fim de encarar as insossas e previsíveis corridas de Fórmula 1.


Definitivamente, o sonho acabou.   

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