por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 11 de julho de 2013

A ideologia e a geopolítica pelas mentes colonizadas - José do Vale Pinheiro Feitosa

O comércio do Atlântico morreu? É chegada a hora do Pacífico? Tais perguntas estão na ordem da emergência do Japão nos anos 80 e da China nos tempos atuais. É notório que apenas nos últimos 300 anos o comércio do Ocidente foi maior do que o da China e da Índia. Todos esperam o retorno dos negócios aos centros históricos.

Mas existe a costa atlântica africana a abrir uma grande oportunidade. A própria América Latina desponta com enorme força na economia mundial e sua face mais exuberante se encontra no Atlântico. Em outras palavras os países exclusivos da costa do Pacífico por certo têm interesse geopolítico mas a era do Pacífico não explica tudo.

Então a chamada Aliança do Pacífico em contraposição ao Mercosul ou à Unasul não tem razão na geopolítica regional, mas tem na geopolítica dos Estados Unidos da América. E a questão não é se alinhar ou não à maior nação do mundo. A questão é se teremos ou não um destino próprio e com decisões tomadas internamente e não à distância e no interesse daqueles que já ganharam muito.

Nisso reside o papel ideológico das Revistas Veja, Época, dos grandes Jornais e das grande cadeias de Televisão a sustentar as benesses econômicas do Chile e a Aliança do Pacífico. Outro dia o possível candidato do PSDB, senador Aécio Neves, foi para a Argentina e nas páginas de um jornal de oposição advogar as vantagens relativas da Aliança do Pacífico.

O Chile é um país que tem um bom comércio exterior e nisso reside a menina dos olhos dos liberais, mas o Chile ficou aprisionado a uma situação grave: ele é um exportador de produtos primários ou dependentes de recursos naturais intensivos que em conjunto representam 87% das exportações chilenas. Isso quer dizer metais não ferrosos (o cobre é sua espinha dorsal), carnes e pescados, produtos de lavoura, celulose, bebidas (o vinho) e por aí vai.

Do mesmo modo que o Brasil o Chile esteve bem quando o preço das Commodities estiveram bem. Só que o Brasil tem um mercado interno importante e uma base industrial igualmente poderosa. Em parte o sucesso das exportações do Chile se deveu ao encanto das vantagens de livre comércio especialmente estimuladas pelo velho desejo americano de criar uma zona continental de livre comércio para funcionar sobre a liderança dele e assim fazendo sombra ao crescimento Chinês, Japonês e até Coreano.

Mas tudo se torna fantasia quando a realidade da crise não sustenta os sonhos geopolíticos. O EUA já não são mais o destino principal dos produtos chilenos transferindo parte para a China e havendo crescimento do Brasil e do México. Agora fica muito difícil aquele projeto imperialista de dominar o quintal latino americano.

E principalmente se tornará se as economias da América do Sul se integrarem mais e se o bom combate ao pessoal vendido ao império for consequente. Temos que avançar mais na unidade e reduzir ao máximos provocações do tipo Aliança do Pacífico. Isso não significa perder o comércio do Pacífico. Ao contrário é apenas retirar as amarras imperiais desse comércio.


Aliás a autonomia latino americana será muito boa para a convivência com os EUA e suas interferências golpistas na vontade popular. Uma América Latina com economia forte será ruim para modelos imperialistas, mas será, por outro lado, uma relação de sustentabilidade muito mais duradoura do que este atual modelo instável e predatório, especialmente da natureza. 

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