Primeiro
envio:
Não
tive como adiar o envio sobre o centenário de Seu Luiz. Afinal se trata de uma
data.
Bom
final de semana.
José
do Vale.
Resposta:
A
FESTANÇA CONTINUA POR AQUI.
NÃO
É MERA COINCIDÊNCIA SER UM ANO DE SECA “BRABA”. COM CARRO PIPA TRAZENDO ÁGUA
POTÁVEL DO PIAUI PARA AIUABA E SEUS DISTRITOS. CADA LATA DE 20
LITROS CUSTA R$1,50. POR LÁ AINDA HÁ UM POUCO DE ÁGUA NOS AÇUDES,
MAS O GADO EMAGRECENDO. QUEM PODE, COMPRA RESIDUO PARA AS VACAS,
PRINCIPALMENTE PARA AQUELAS DE BEZERRO NOVO. E HAJA ESPERANÇA EM SANTA
LUZIA, NO DIA 13 DE DEZEMBRO, JUSTO NO ANIVERSÁRIO DO VELHO LUA.
QUANDO
CHEGARÁS POR AQUI?
ABRAÇOS.
CARMINHA.
Segundo
Envio:
Carminha,
A
seca continua maior que nossas barragens. Que barram a solução dos nossos
problemas históricos com a firmeza de barro frouxo. Agora fica claro que as
águas que correm nos grandes rios do Brasil precisam irrigar o semiárido
nordestino e os grandes trogloditas espumam apenas pela transposição do São
Francisco que afinal parece que estacionou em alguma empreiteira. Mas é preciso
trazer água dos grandes rios da Amazônia para que, na falta das nuvens, o
sertanejo e suas cidades não se tornem o que é o solo dos rios secos: a
rachadura da integridade do fundo do leito.
Prima
é comum que alguém no clima de um bom ar condicionado olhe como uma obra de
arte as fotos das carcaças do gado morte de fome e sede. Esse alguém que derrete
nos trópicos sonhando com a fantasia friorenta dos natais do hemisfério norte,
não sabe o que aquelas carcaças significam. Aquele couro furado pelo bico dos
urubus, cada osso em processo de tornar-se despojo do solo arruinado do sertão,
é a marca da magreza dos sertanejos. Cada osso do gado morto que surge ao sol
das máquinas fotográfica dão mais um ponto nas costelas magras do nosso povo.
E
tome atraso na escola dos filhos. Os prefeitos cuidam de se lamentarem e não
cuidam de abastecer, basta perceber que dez latas de água já levam 2% do
salário mínimo. E se a situação permanecer além do dia de Santa Luzia, e o dia
de São José passar sem nuvens, a lei da oferta e da procura irá disparar o
preço da lata de água. Disparar sobre as costelas magras dos nossos
fazendeiros.
Por
isso água permanente para os sertões é uma grande revolução no nordeste. E
estamos vendo que as barragens não são seguras para o futuro. E precisamos ter
consciência que o aquecimento global é uma realidade em curso e isso provocará
modificação geral no clima do planeta. Quando seu Luiz cantou os versos de Zé
Dantas com a volta da Asa Branca ainda sonhava com o relampejar do norte. Agora
precisamos dos canais dos rios do norte e não apenas do São Francisco que vem
do sudeste.
Beijos,
José
do Vale.
Um comentário:
Tocou na ferida...
Ainda hj comentamos por aqui: não haverá inverno.A roupa pode dormir no varal.Crato tem boa água, mesmo assim a terra fica com sede .Imagino a realidade do alto sertão. Tudo grafite!
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