por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 2 de outubro de 2012

Cristina Dunaeva – Educadora e libertária cresceu escutando as histórias do avô Luis Carlos Prestes


Cristina Dunaeva –  Educadora e libertária cresceu escutando as histórias do avô Luis Carlos Prestes

A neta do cavaleiro da esperança, o comunista que fez história no Brasil Luiz Carlos Prestes diz que  A figura de meu avô me influenciou por sua prática cotidiana: ser humilde, abrir mão de luxo material. Escutar e destaca enquanto à teoria, compartilho com ele a compreensão da necessidade de transformação social, de lutar pelo fim do sistema capitalista. Dunaeva fala também sobre artes, pesquisas e opressões.    


Cristina e seu filho Pedro Uana Foto: Alexandre Lucas 
Alexandre Lucas - Quem é Cristina Dunaeva?

Cristina Dunaeva - Hoje em dia, sou mãe, estou trabalhando como professora; as duas condições estas me levando, inevitavelmente, a ser educadora.
Eu nasci em Moscou (capital da Rússia), já faz um tempinho (naquela época, país onde nasci chamava-se União Soviética, URSS), sendo filha de mãe russa e pai brasileiro. Meu pai é filho de Luiz Carlos Prestes, aquela pessoa heroica que foi batizada de Cavalheiro da Esperança e era líder do Partido Comunista Brasileiro. Em 1970, durante a ditadura militar, toda a família Prestes foi para o exílio, na URSS. Meu pai, já com 16 anos.
Cresci escutando histórias sobre o Brasil. Estorias mirabolantes. Para mim, o Brasil tornou-se um lugar muito sonhado. Como deve ter sido muito grande a saudade de meu pai deste país, ele contava tanto sobre sua infância, sítio onde moravam, bichos, mar, algumas viagens; mas, também, das dificuldades que passaram se escondendo da polícia, de viverem muito tempo sem poderem ver seu pai, sempre sumido, sempre trabalhando. Cresci também ouvindo a música brasileira, direto. Eram fitas, LP's. Eu ficava fascinada, gostava muito. Aprendi português, escutando Chico Buarque, Clara Nunes, muito samba, Secos e Molhados, Mutantes, João Bosco, Elis Regina, Milton Nascimento; sinto-me eternamente grata a meu pai por me introduzir neste universo sonoro; felizmente, ele tem gosto musical de primeira.
Já da minha família russa herdei o habito de muita leitura. Eu lia demais quando era criança. Com 13, 14 anos já li toda a literatura clássica russa quase inteirinha e muitos dos autores europeus e latino-americanos (que foram traduzidos para russo, claro). Era algo comum na URSS: as pessoas, em geral, liam muito. Lembro que trocávamos pilhas de jornais velhos pelas edições completas de autores clássicos, existia a política estatal de incentivo à leitura. E com o fim da censura passei a ler mais ainda: os últimos anos de escola coincidiram com o fim da URSS, começo da perestroika; muitos autores proibidos no período soviético foram traduzidos pela primeira vez para o russo e editados – Kafka, Nietzsche, Freud; foi ótimo, e os livros, naquela época, ainda eram baratos.
Então, é isso: Cristina Dunaeva: educadora, melomaníaca, leitora apaixonada; também sou anarquista, ateísta e busco ser libertária.
E compartilho ainda das duas identidades que me deixam numa situação vulnerável, ao mesmo tempo me instigando à luta diária: sou mulher e mãe solteira (uma condição difícil e comum dentro da sociedade machista e patriarcal), e sou, apesar de ter uma forte raiz nesta terra, imigrante.

Alexandre Lucas - Qual a sua ligação com as artes?

Cristina Dunaeva - Olha, me graduei em História, na Rússia; meu TCC foi sobre Henri Rousseau, o Aduaneiro, e orientado pela historiadora da arte. Interessei-me  muito, durante a graduação, por este campo de conhecimento – história da arte. E a escolha de Rousseau (artista “ingênuo”, naïf; essa nomenclatura, ao meu ver, horrorosa, preconceituosa, discriminatória e segregadora foi criada a partir da incorporação da produção dele à arte moderna) não foi ocasional. Acontece, que em Moscou, em São Petersburgo existem grandes museus de Belas Artes que frequentávamos e onde nos formamos: estes museus todos seguem um padrão muito rígido de exposição daqueles objetos que são considerados “a Arte” (egípcia, da antiguidade clássica, Renascimento, Barroco, etc.) e de não exposição daqueles objetos que são considerados uma arte menor, ou artesanato, ou amadorismo. Rousseau era único “intruso”, digamos assim, e me despertou uma curiosidade forte.
A partir daí, conheci artistas contemporâneos russos que eram taxados de ingênuos. As possibilidades que eles tinham para expor seus trabalhos eram ínfimas e pouquíssimos críticos de arte e pesquisadores os aceitavam como artistas (ou Artistas, na lógica da História da Arte convencional e eurocêntrica).
Depois vim para o Brasil e passei a morar em Santos, onde me aproximei a anarquistas. Conhecia pouco da teoria anarquista quando @s conheci, mas rapidamente me identifiquei tanto com a teoria, quanto com a prática. Foi amor à primeira vista. E, por incrível que pareça, só após vir morar no Brasil, conheci anarquistas na Rússia, muit@s d@s quais são artistas. Assim, me interessei pela produção de grupos como Voina (Война), banda Pussy Riot – artistas contemporâne@s muito destacad@s hoje em dia na Rússia.
E no Brasil, no primeiro momento, continuei a pesquisa sobre a arte marginalizada, e, agora, o que mais me provoca são as experiências artísticas que questionam os valores capitalistas, valores introduzidos à força no território sul-americano a partir da colonização, e que continuam vigentes e  aceitos. 

Alexandre Lucas - O que você pesquisa em artes?

Cristina Dunaeva - O que mais me interessa é a relação entre a produção artística, entre a criatividade e a liberdade.
Pesquisei Rousseau e o sistema das artes. A nomenclatura eurocêntrica, elitista, que distingue vários tipos de arte segundo sua aceitação em mercados de consumo. As ideologias que sustentam as nomenclaturas. É muita pretensão chamar algum artista de naïf, de ingênuo, só porque ele não segue o padrão expressivo de tal ou qual período, ou porque não intelectualiza seu trabalho (que não foi o caso de Rousseau, aliás). Esta foi a primeira questão que pesquisei.
Depois passei a trabalhar com a produção da vanguarda russa e soviética. Traduzi para o português um dos textos mais importantes de Kazímir Maliévitch, um dos “inventores” da arte abstrata, autor do famoso “Quadrado Negro” (1913-1915). Maliévitch, como toda a vanguarda na Rússia, participou ativamente do processo revolucionário entre 1905 e 1921. Em 1917, ele foi eleito o conselheiro para as artes do governo bolchevique. Mas depois (rapidamente, já em 1919) rompeu com Lenin e seu partido por não concordar com as medidas ditatoriais, com a perseguição de anarquistas, de oposição socialista operária, com o massacre de Kronstadt (em 1921). Maliévitch indissociava a arte e a criação, da liberdade. Ele escreveu muito – vários volumes de tratados filosóficos e sociais, sempre batendo nesta tecla: não existe artista sem liberdade; não existe verdadeira transformação social sem liberdade. Com a proclamação de “realismo socialista” na URSS (o único método aceitável pelo governo para a expressão artística), Maliévitch não pôde mais produzir, foi preso e faleceu em 1935. Isto me tocou e toca muito, sabe. A escolha lá, na URSS, assim como na Alemanha nazista foi, para os artistas, entre a vida e a morte: ou você continua fazendo aquela arte que você quer e morre, ou você segue as exigências do governo e prospera.
E, hoje, após um longo envolvimento com a denúncia da guerra na Chechênia (é uma região na Rússia que foi colonizada no século XIX; foi massacrada pelo Stalin, em 1944; e proclamou independência após o fim da URSS, em 1991, sendo massacrada novamente a partir de 1994), pesquiso aquela arte engajada, pois trabalhei com fotógrafos e artistas que denunciavam esta situação. Mas aí, existe um, porém: para mim, toda arte é engajada, pois não existe nada politicamente neutro. Então, pesquiso a relação entre a produção artística de tal ou qual período com a situação social da época (destacando o período contemporâneo, tanto no Brasil, quanto na Rússia; o período revolucionário do início do séc. XX e as sociedades totalitárias (URSS)).   

Alexandre Lucas - Qual a importância da sua pesquisa do ponto de vista social?

Cristina Dunaeva - Por, primeiro, compreender, analisar e discutir o sistema das artes, o mercado das artes, a exclusão social de certos tipos de produção artística (como, por exemplo, autodidata, marginal). É necessário compreender o funcionamento deste mecanismo de exclusão para poder transformá-lo.
Segundo, por trabalhar a relação entre a criação artística e a liberdade.
Lembrando, que a liberdade não é aquele valor capitalista, neoliberal, que nos fazem adotar desde muito cedo. Não é a liberdade alienada, a liberdade de consumo. Mas aquela liberdade, da qual Bakunin, meu conterrâneo anarquista, falava: Só é possível ser livre respeitando a liberdade do outro. A partir do momento que a minha liberdade passa a ferir a liberdade do outro, não é mais liberdade, é autoritarismo.
Para criar, ser artista é preciso ser libertári@.
Aqui, eu gostaria de aproveitar a deixa e falar um pouco sobre a péssima situação que se dá no meu atual lugar de trabalho e, consequentemente, de atuação social e política: Centro de Artes Reitora Violeta Arraes Gervaiseau da URCA (Universidades Regional do Cariri).
Trabalho no Departamento de Artes Visuais e sou professora de História da Arte.
O curso é uma Licenciatura, ou seja, um lugar onde futur@s professor@s se formam.
E o que observo? Uma situação que me deixa indignadíssima e completamente perplexa.
Arte=Liberdade. Ser educador=ser libertário=contribuir para a liberdade. Deveria ser assim.
E no Centro de Artes é o contrário. Ambiente, tanto de aulas, quanto da convivência cotidiana entre estudantes e professores, e professores entre si, extremamente autoritário. Estudantes humilhados em sala de aula, desistindo de curso e de cursar certas disciplinas por não aguentarem a pressão psicológica. Professores chorando nas reuniões. Outros falando horas seguidas em reuniões coletivas sem dar direito de palavra a colegas. Abusos de poder, arbitrariedades. Dois professores do curso pediram exoneração por não se conformarem com esta situação. Eu mesma estou passando por um processo de recuperação de saúde abalada com o ambiente de trabalho.
Como isto é possível? Numa universidade?
E o mais preocupante é o silêncio em torno desta situação. Tanto por parte de meus colegas professores que preferem se somar às práticas autoritárias ao invés de combatê-las; quanto por parte de estudantes que, salvo algumas e alguns, preferem a passividade.
Eu nunca participei de um ambiente educador tão opressor. A única experiência similar que recordo é a minha escola soviética, marcadamente autoritária, com relações sociais distorcidas, humilhações, punições (não físicas, mas morais, emocionais – situações de assédio moral). Mas lá tratava-se de uma sociedade pós-totalitária. E aqui? O que se passa?
É a herança do coronelismo, do sistema escravagista?
Esperança: dois professores do Centro de Artes, Marcela Lima e Marcio Rodrigues, se opõem ao autoritarismo; também sofrem perseguição por parte de resto do corpo docente, mas Resistem, têm coragem. Estudantes que se manifestam de uma maneira criativa questionando o silêncio da maioria e toda a situação. Poder olhar nos olhos destas poucas e corajosas pessoas é muito gratificante.


Alexandre Lucas - Como você enxerga a produção artística do Cariri?

Cristina Dunaeva - Olha, estou aqui um pouco mais de dois anos. Pouco tempo para poder opinar sem ser supérflua.
Mas vou tentar, ressaltando que careço de uma convivência maior e mais profunda com moradores da região.
No meu entender, aquilo que se passa no Cariri é tão, mas tão alarmante, devastador e rápido que fico um tanto surpresa com pouca repercussão artística destas grandes e desastrosas transformações sociais, ambientais e políticas que sucedem na região.
Assista-se com bastante complacência à chegada de grandes corporações capitalistas à região, ao sucateamento da educação, do sistema de saúde. Ao crescimento das favelas, à urbanização absolutamente caótica, à morte das pequenas propriedades rurais (fim de uma tradição agrícola e comunitária milenar); à higienização social; ao desmatamento absurdo da Chapada do Araripe; à poluição e à extinção de rios, córregos, nascentes. Tudo isto ao mesmo tempo, agora. E, comparando com outras regiões do país, este “desenvolvimento” acontece com velocidade muito mais rápida e de forma muito mais violenta. É um cenário péssimo: será o vale do Cariri uma nova Cidade do México? Poluidíssimo, com uma divisão social gritante: periferia enxotada (como já é em Juazeiro e em Barbalha, cidades que mais conheço, hoje em dia) no meio dos lixões e do esgoto; e bairros burgueses glamourosos com fontes, praças, monumentos, bandeiras, centros culturais, teatros etc.
Ser artista e não reverberar isto me remete a uma situação de ditadura, de sociedade repressora e reprimida.
O mais atual e interessante dentro da produção artística contemporânea no Cariri é, portanto, na minha opinião, justamente teu trabalho e de teu coletivo (Coletivo Camaradas) com a educação, o despertar crítico, reflexivo e criativo de estudantes; e, especialmente, do grupo Bando – que já realizou algumas manifestações artísticas importantíssimas, como a ação no lixão de Barbalha, o Procura-se da Beata Maria de Araujo, o É Proibido Proibir; as Feiras do Bando (principalmente, a primeira) também são experiências muito necessárias para a região, por praticar e evidenciar a viabilidade de uma ação autônoma, autogestionária, independente do sistema institucional e capitalista das artes.
Destaco também a arte de Dinho Lima, que trabalha com as questões ligadas às repressões e às autorepressões dentro do campo do desejo, do corporal, do íntimo, transformando, desta maneira, o corpo social. Algumas ações deste artista e a exposição recente são muito atuais para a região.
Mas, reafirmo, que são primeiras impressões, de relance.

Cristina aos 3 anos com seu avô em Moscou Foto: LCP Filho
Alexandre Lucas - Quais as lembranças que você tem de Luiz Carlos Prestes?

Cristina Dunaeva - Convivi pouco com meu avô. Com o fim da ditadura militar, ele retornou para o Brasil e nós ficamos na Rússia. Só pude reencontrá-lo em 1988, quando ficamos 2 meses no Rio e, depois, no ano seguinte, 1989.
Mas cresci escutando histórias sobre a Coluna Prestes que meu pai e meus tios e tias contavam. Lia livro de Jorge Amado que foi traduzido para o russo, o “Cavalheiro da Esperança”. Então, antes do reencontro na década de 1980, meu avô era para mim mais um personagem heroico, um ser grandioso, porém distante.
Quando o conheci melhor no final da década de 1980, ele se tornou, simplesmente, um vovô que curtia muito as crianças e a família.
Lembro que era uma pessoa muito tranquila, muito quieta, mesmo no meio da maior barulheira e brincadeiras a mil pela casa, ele, muitas vezes, ficava lendo ou escrevendo tranquilamente, sem se aborrecer.
Era, também, uma pessoa muito humilde que detestava luxo. A casa onde ele morava no Brasil era muito simples.
E lembro que ele escutava muito mais do que falava – para nós, crianças e adolescentes (somos muitos netos: 23), foi importante.

Alexandre Lucas - As ideias de Luiz Carlos Prestes contribuíram para sua formação política?

Cristina Dunaeva - Contribuíram demais.
A figura de meu avô me influenciou por sua prática cotidiana: isso que já escrevi, de ser humilde, abrir mão de luxo material. Escutar.
Enquanto à teoria, compartilho com ele a compreensão da necessidade de transformação social, de lutar pelo fim do sistema capitalista.
Só optei por outros meios de luta. Sou anarquista e compreendo que o estado e os mecanismos estatais de administração são ferramentas produzidas pela classe dominante, ferramentas de controle e da repressão. Também não acredito na possibilidade de transformação social por meio de organizações partidárias, já que estas são estruturas hierárquicas, muitas vezes autoritárias. Não acredito em lideranças, nem na democracia representativa.
Penso que a revolução não é algum momento específico de revolta ou levante (sem tirar a importância e a urgência destes), mas a revolução é um processo contínuo que acontece aqui e agora em várias situações (as microrevoluções), em todos os ambientes. Acredito que somente coletivos e grupos sociais que se organizam horizontalmente, sem delegar o poder, sem necessitar de alguém que os comande ou os doutrine, são agentes de transformação e de destruição do capitalismo. O resto só irá reproduzir o sistema de dominação de umas pessoas sobre as outras.
Veja, que venho de um país, onde, apesar da retórica marxista, a alienação de trabalhadores não cessou de existir. Os meios de produção e a própria produção pertenciam ao estado, ao governo que  decidia sobre o valor dos salários e a distribuição dos bens. Concordo com os teóricos que entendem o sistema político e econômico da URSS como capitalismo do estado.
No Brasil, participei, no início da década de 2000 do movimento antiglobalização. Foi um momento importante, no qual vários movimentos sociais e grupos autônomos se juntaram. E as reivindicações foram estas: fim do capitalismo, autogestão. Impedimos, por meio de manifestações em toda a América Latina, a implantação do ALCA (Área de Livre Comércio das Américas).
E, hoje em dia, existem inúmeras práticas de resistência social e de organização autônoma, libertária e autogestionária. São quilombos, comunidades indígenas, ocupações urbanas e rurais, grupos de artistas, movimentos estudantis e inúmeras outras experiências que exercitam a democracia direta, que se organizam por meio de assembleias (reuniões onde tod@s participam em decisões e têm a mesma voz e o mesmo poder de decisão).  
Não sei qual seria a opinião de meu avô, mas sua companheira, minha vó, Maria Prestes, compreende perfeitamente minhas posturas políticas e, em muitos momentos, as apoiou. Já disse até que é anarquista, anarco comunista.

Alexandre Lucas - A sua avó Maria Prestes escreveu recentemente o livro “Meu Companheiro”que conta a história dos 40 anos que viveu ao lado “Cavaleiro da Esperança”. Você pretende fazer o lançamento do livro no Cariri?

Cristina Dunaeva - Pretendo, sim. Só preciso organizar a vinda dela. O livro foi relançado agora numa edição bilíngue (em português e castelhano), e ela, Maria, está viajando pela América do Sul e pelo Brasil, divulgando-o.
Será importante uma passagem da Maria Prestes pelo Cariri. Lembra, que aqui se deu um dos episódios marcantes da história do Brasil: quando os serviços do Lampião foram requisitados pelos agentes do poder (Padre Cícero e Floro Bartolomeu) para impedir a passagem da Coluna Prestes pela região do Cariri. Tentei encontrar a documentação original (cartas trocadas entre estas figuras históricas) que testemunha este acontecimento, mas até hoje não foi possível. Talvez, com a vinda da minha avó, pudéssemos ter maiores chances de acesso aos arquivos que guardam estes vestígios.

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