“A direita elege o passado porque prefere os mortos; mundo quieto, tempo quieto. Os poderosos, que legitimam seus privilégios pela herança, cultivam a nostalgia. Mentem-nos o passado como nos mentem o presente: mascaram a realidade. Obriga-se o oprimido a ter como sua, uma memória fabricada pelo opressor, alienada, dissecada, estéril. Assim, ele haverá de resignar-se a viver uma vida que não é a sua, como se fosse a única possível” (Eduardo Galeano)
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Meses atrás, numa de nossas postagens em blogs da Região do Cariri, alertávamos aos conterrâneos cratenses sobre a necessidade premente de um choque de realidade, de um maior comprometimento dos munícipes com o futuro da cidade e, enfim, do despertar de uma ínfima dose de clarividência e responsabilidade no momento de usar sua mais poderosa arma, o sufrágio universal do voto.
Mostramos, didaticamente, ancorados no dantesco quadro de acefalia, imobilismo, abandono e corrosiva decadência físico-econômico-financeira da cidade, que não se justifica, em pleno século XXI, se optar por entregar o destino de uma urbe da estatura do Crato a pessoas comprovadamente sem a mínima vocação para cuidar da coisa pública, sob o cínico e estapafúrdio argumento da origem familiar ou da manutenção de uma tradição que se perdeu nas brumas do tempo.
Afinal, o que esperar do indicado por alguém ( integrante de uma agremiação desprovida de maiores preocupações com o “social”, o PSDB ), que não teve o menor constrangimento de, ao ser contestado num evento público sobre o marasmo e a lerdeza da sua administração à frente da municipalidade, declarar “...O CRATO É FINAL DE LINHA; SÓ VAI AO CRATO QUEM TEM NEGÓCOS LÁ”; ou que, quando do momento decisivo da escolha da cidade onde seria instalado o Campus-Cariri, da Universidade Federal do Ceará-UFC, simplesmente não compareceu à reunião, deixando a representação cratense órfã da sua mais alta autoridade institucional (aqui pra nós, o reitor da UFC deve ter pensado lá com seus botões: se o prefeito da cidade não fez questão de participar é porque não tem interesse; portanto...).
Pois bem, naquela postagem sugeríamos que as diversas alas do espectro político cratense atuantes à esquerda (que comprovadamente se preocupam com o bem-estar do povo, além do handicap de aliados de primeira hora do poder central), quebrassem lanças, aparassem suas arestas, tentassem se compor, dessem um jeito de agrupar-se por um objetivo maior e específico: o bem-estar da população e o conseqüente progresso da cidade, através do lançamento de uma candidatura una, apoiada pelas diversas tendências.
Hoje, tomamos conhecimento, via alguns blogs da Região, que o eminente cratense radicado no Rio de Janeiro, Zé do Vale Feitosa, desejaria muito “ouvir e falar” com o provável candidato do PT à Prefeitura da cidade, senhor Marcos Cunha (que não conhecemos pessoalmente, mas temos referencias promissoras), objetivando uma profícua troca de informações sobre as perspectivas da cidade.
E como o Zé sugere que os que partilham desse seu anseio e preocupação com o destino do Crato se manifestem, pedimos sua autorização para subscrever, de público, tudo o que por ele foi posto, até porque... “temos observado um silencio muito parecido com a estupidez”.
E o inapropriado e desastroso “acasalamento” do silêncio com a estupidez certamente nada gerará de saudável.
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