Fly me to the moon aqui cantada por Nat King Cole pois achei a versão mais doce. O maior sucesso da canção foi na voz de Frank Sinatra. Foi composta por Bart Howard em 1954 e teve tanta importância na carreira do compositor que as pessoas esqueceram de outras canções dele que também tiveram muito sucesso. A canção é postada junto com este texto ao recordar-me que é este o desejo que me leves para a lua: Leve-me até a lua / E deixe-me brincar entre as estrelas / Deixe-me ver como é a primavera / Em Júpiter e Marte / Em outras palavras, segure minha mão / Em outras palavras, querida, beije-me / Encha meu coração com música / E deixe-me cantar para sempre
Você é tudo o que eu desejo / Tudo o que eu cultuo e adoro / Em outras palavras, por favor, seja verdadeira / Em outras palavras, Eu te amo.
Será o amor o mesmo que eternidade?
Está no
mundo e brota sem qualquer explicação. Desabrocha impreterível e ocupa o vazio
que sentido algum tinha. E tomando o vazio se espalha por todos os cômodos e
como uma névoa esconde os incômodos. Logo se encontra no vão principal e trata
de inventar o solene onde antes tinha sombra. Brilha intenso a ponto de esconder
as estrelas, a lua e o sol. Desdobra os tons de verde e azula o azul com as
possibilidades dos números naturais. Antes mesmo que o sossego advenha, ocupa o
rés da vida e a eleva como um altar, onde se põe a ser unicidade de toda a
atenção.
A isso cantam
amor. A fusão dos distintos. Este gradar de saliências. Polimento de
desencontros. A maciez dos encontros movidos à gravidade. Esta afinidade criada
no exercício das intempéries que agravam. Como a aliança a unir as margens e um
pacto a compreender o leito por onde corre a vida. A contagem do tempo que
minuta os segundos de violência numa ternura substituta. Esta centelha de
desejo de fusão carnal. Este conjunto de pulsões de vida que torna o encontro
num terceiro. A pulsão de Eros a fremir a declaração do amor.
Mas acontece
que tantas queixas se murmuram. Quantas traições apunhalam a integridade que
antes do encontro havia. A ruptura de juras que o encontro demonstrara. Um
repentino e inexplicável fogo fátuo quando antes era um magma incandescente do
mundo. Esta divisão das partes fundidas. A ruptura das alianças a expor fossos
inexplicáveis. Uma realidade tão fatal que a fatalidade não apenas acontece por
certo, como também se torna a desgraça onde tudo fora graça. Este encontro
latino entre o amor e a repulsão.
Mas a vida
não é uma canção. Ilusões como artefatos que cegam a materialidade burguesa. O
amor não se conjuga com traição. A junção do amor com a traição promove o Ibope
desta fatalidade que, no entanto, passa longe do mover-se da realidade. Um
grito de gol não substitui o próximo jogo. Um grito de gol é aquela fração
onde a torcida se justifica. É a torcida que antecipa a vitória. Assim como
este encontro cuja sina é ser a justificativa de viver. Pois viver é esta
eternidade agradada entre faces. Não faz sentido lamentar-se por ser a vida um
momento da história e isso não é uma traição da eternidade. A eternidade não é
contável assim como os minutos, ela é um momento agradado das diferenças. Não o
que podia antes do universo, mas o que pode com o acontecer deste.
Um comentário:
Como pode entender tanto assim dos meandros amorosos?
-Quem controi o amor, e faz a manutenção por anos a fio!
-Que sorte tem o doudot de viver o amor sem escalas, preparando em vida o amor da eternidade !
O inexplicável é que o amor está no ar...
Do primeiro ao último suspiro...Aspiro-o!
A canção "fly me to the Moon" é linda demais!
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