Vou falar de peito aberto
Da maldade que já fiz
Porque fui menino esperto
E também muito traquino
A minha melhor brincadeira
Foi caçar de baladeira
Matei tanto passarinho
Que nem me lembro da conta
Alguns até foi no ninho
Na chegada pra dormida
Outros matei no riacho
Quando vinham pra bebida
Com a minha baladeira
Matei rolinha e campina
Quase fiz uma chacina
Pois também a lavadeira
Que serviu Nosso Senhor
Morreu de atiradeira
Até mesmo a sabiá
Tida como a majestade
Sofreu a perseguição
Pois lhe matei sem piedade
Por troféu ou vaidade
Sem ter fome ou precisão
Hoje ando arrependido
Desse tempo de horror
Por ter morto o passarinho
Que cantava inocente
Descuidado, alegremente
Atraindo o caçador
2 comentários:
Marcos,
Parabéns. Grande poesia!
Você é imbatível quando deixa aflorar suas reminiscências.
Grande abraço
Aloísio
Caro Aloísio,
Você sempre gentil em seus comentários. Obrigado.
Abraço,
Marcos
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