por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 10 de maio de 2012

Nesta data os nazistas queimaram livros - José do Vale Pinheiro Feitosa


Hoje 10 de maio de 2012 se completam 79 anos que os nazistas fizeram fogueiras com livros em várias partes da Alemanha. Naquele remoto maio de 1933 obras de Thomas Mann, Albert Einstein, Sigmund Freud, Stefan Zweig, Erich Maria Remarque entre tantos formaram a pira que a centelha ideológica de Joseph Goebbles espalhava sobre a consciência, corpos e prédios da Alemanha arrasada e vencida doze anos depois.

Quando escuto ou leio certos argumentos que desvendam desejos ainda escondidos bem sabemos das sinapses erráticas de certos raciocínios. Há um liame essencial entre o que a mente elabora, a história traduz e move e a estrutura da ação política do ser humano. A ação que resulta do seu teatro no coletivo desde as raízes da produção até os frutos da cultura.

As sinapses erráticas não se sustentam no físico, nas posturas, na moral e nem na realidade material. Elas, como vimos no caso do nazismo, são capazes de se projetarem nas massas, pela condução de um líder e a corte de assemelhados conduzindo todo um povo numa insustentabilidade destrutiva.

As escolhas temática destas sinapses precisam ser simbólicas, pois não refletem a realidade envolvente. Pelo mesmo motivo precisam construir inimigos e investir contra eles. As sinapses erráticas inventam inimigos que constituem questões irrelevantes para a vida social e econômica, mas eles as tornam bandeiras de purificação como fizeram com o fogo queimando obras relevantes para a humanidade. Obras muito além daquele arreganhar de dentes do pálido e desprezível comportamento da burguesia e da pequena burguesia alemã.

Antes de chegar onde quero: a queima dos livros em 10 de maio de 1933 com as mãos da juventude hitlerista e com a mente de Goebbles tem a mesma dimensão de certas sinapses erráticas da mídia e de grupos aqui no nosso país de porrete a expressar sua homofobia, seu preconceito de raça, de classe, se apegando ao secundário quando o principal pertence ao coletivo.

Afinal onde quero chegar? À natureza desconexa destas sinapses erráticas, pois são capazes de grandes pirotecnias, de exuberantes ameaças e controle de massas, mas são como o chorume que se drena do lixo orgânico, diante das questões in extremis como, por exemplo, enfrentar o juízo dos seus atos.

Só um paralelo. Jesus Cristo que afrontou a elite judaica e o Império Romano na mesma pregação diante dos homens. Que fez discípulos e os orientou quanto aos riscos da missão, inventou uma linguagem em parábolas para criar consciência revolucionária sobre a realidade do povo. Expôs, como poucos fazem em vida, toda a sua visão dos homens num sermão que não importa que sobre um morro ou uma montanha, pois a altitude são de suas palavras.

Este homem vai às últimas consequências de suas sinapses, pois elas guardavam, independentes da ameaça da cruz, uma estreita ligação entre corpo, consciência e a realidade histórica. Adolfo Hitler e Joseph Goebbles decrépitos, covardes em suicídio a demonstrarem o que eram: sinapses erráticas do pensamento patológico.

        

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