Porque
acho que não devo fazer exercícios físicos – por José Almino
Pinheiro
Na natureza, excluindo seus predadores, o esforço físico que
os animais realizam, desprendendo enorme quantidade de energia na obtenção de
alimentos, faz com que, geralmente, vivam pouco em relação aos mesmos similares
nos zoológicos. Os animais que vivem nos zoos de primeira linha, não precisam
se preocupar com alimentos. Desfrutam de alimentação adequadamente balanceada
por especialistas e possuem planos de saúde integral, vivem em média o dobro
dos seus irmãos que se exercitam livremente nas florestas. Nunca ouvi falar,
nem nunca vi, animais fazendo algo parecido com malhação, Cooper ou outro tipo
de correria ou andanças, ao contrário, quando comem bem vão dormir. Não são loucos
de gastar energia a toda hora a troco de nada. É uma das leis básicas da natureza
em ação: a lei da conservação da energia. Lei apresentada pela primeira vez, em
1842, pelo Dr. Julius Robert Mayer que disse o seguinte: "Quando uma
quantidade de energia de qualquer natureza desaparece numa transformação, então
se produz uma quantidade igual em grandeza de uma energia de outra natureza”. O
físico Max Planck em 1887 demonstrou o conceito de forma mais compreensível: “A energia total (mecânica e não mecânica) de
um sistema isolado, um sistema que não troca matéria e/ou energia com o
exterior, mantém-se constante”. O problema é que o nosso corpo não é um
sistema fechado, portanto a energia duramente adquirida nos processos
digestivos é liberada principalmente pelo calor gerado pela necessidade de nos
manter vivos. A liberação dessa energia afeta diretamente a massa envolvida. O
balanço energético dos seres vivos é negativo. Se o corpo libera energia e
dejetos, não é um sistema fechado, significa que a massa do corpo e seus
mecanismos vão para o beleléu.
Na Bíblia quase não há referências diretas a exercícios
físicos, talvez a mais famosa passagem seja a de Timóteo 1
4:8 que nos informa: “Pois o exercício físico para pouco é proveitoso, mas a
piedade para tudo é proveitosa, porque tem a promessa da vida que agora é e da
que há de ser”. Não condena, apenas desqualifica, o que nos faz pensar que,
dito por Paulo e citado na Bíblia, passa a ser uma grande negativa ao exercício
físico. Claro que naquela época todo mundo caminhava muito, o que pode ser
enquadrado como parte da necessidade de sobrevivência. Nos escritos antigos as
referências que encontrei a exercícios físicos, quase sempre fica para
lutadores, gladiadores ou artistas de circo, esses além de minorias, morriam
cedo. Os soldados comuns dos exércitos da antiguidade, geralmente eram
agricultores convocados na zona rural.
Porque então essa loucura de malhação, corridas, academias? Fico admirado em
ver multidões fantasiadas de atletas, suando nas academias e correndo por ai.
Mas logo depois se enchem de picanhas, sanduíches e pizzas tais. As
multinacionais de equipamento esportivo agradecem. Nunca dizem o óbvio: só se
engorda ou emagrece pela boca.
No final, recebi o diagnóstico com restrições e severo
acompanhamento da pressão arterial, e com ele a carteira de habilitação
renovada.
Recife,
23 de maio de 2012
2 comentários:
Taí uma boa provocação que nos traz Zé Almino, em tempos de "endeusamendo" do corpo.
Mas defendo que se deve sim fazer atividades físicas; não com o frenesi louco com que a grande maioria das pessoas faz, cultuando as formas físicas e descuidando do espírito e do intelecto. "Mens sana in corpore sano", como aprendemos com a citação latina.
É isso aí, Zé, continue mandando textos provocativos. É bom, faz bem levantar discussões saudáveis.
Abraços.
Não concebo exercício físico com sacrifício.
Gosto dos passos prazeirosos.
A alegria de viver está refletida na beleza que os anos não apagam.
Sorrir, dançar, cantar, caminhar pelas ruas e praças, namorar...Neutralizam um pouco os hábitos que não são saudáveis.
Amei o texto e esta presença importante: Zé ALMINO!
ABS
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