Parecia o Rouxinol, era um encanto como o Sabiá.
Era Luz de um arrebol, um sonho lindo o seu cantar
Maravilhosa cancioneira, cantava com seu coração.
Clara Nunes, Clara Guerreira, Clara Divina Canção.
Filha de Amélia e Manoel, e Deus Pai lhe escolheu.
Um Sabiá o seu papel, em Cedro Paraopeba nasceu.
A linda mulher mineira, que cantava como oração
Clara Nunes, Clara Guerreira, Clara Divina Canção.
Seu pai era um marceneiro, bom Manoel Serrador.
Um tocador violeiro, nas Folias de Reis com amor.
Menina bonita e primeira, Caetanópolis imensidão.
Clara Nunes, Clara Guerreira, Clara Divina Canção.
Vai perder pai e mãezinha, vai ter sua orfandade.
A lhe cuidar irmã Dindinha, vai sentir toda saudade.
De voz com luz sobranceira. Tão doce e pura paixão.
Clara Nunes, Clara Guerreira, Clara Divina Canção.
Vai decolar e vai insurgir, em plenos Anos Sessenta.
Programa na TV Itacolomi, "Clara Nunes Apresenta".
Já no Rio tão brejeira, vários programas de televisão,
Clara Nunes, Clara Guerreira, Clara Divina Canção.
Luanda nos anos setenta, na Angola se apresentou
Toda branca a vestimenta, a todo mundo encantou.
Mostrou o jeito e maneira, mostrou escolha e opção.
Clara Nunes, Clara Guerreira, Clara Divina Canção.
Sua inspiração tão rara, em opções tão verdadeiras.
"Clara Clarice Clara". Das religiões afro-brasileiras.
Cantava seu canto de areia, cantava com marcação.
Clara Nunes, Clara Guerreira, Clara Divina Canção.
Cantar sua ação tão querida, a força a lhe animar.
Na voz levava a sua vida, com a sua magia e sonhar
Em canto de encanto sereia, mareia esta fascinação.
Clara Nunes, Clara Guerreira, Clara Divina Canção.
O seu sucesso grandioso, foi quando sambas cantou.
Teve efeito tão maravilhoso, e a todo mundo encantou.
Mostra a alma guerreira, com a sua luz de vocação.
Clara Nunes, Clara Guerreira, Clara Divina Canção.
A cantar sempre tão bela, nossa cantora a mais querida.
Com Velha Guarda da Portela, cantou Portela na Avenida.
A sua música derradeira, o povo, a escola e a religião.
Clara Nunes, Clara Guerreira, Clara Divina Canção.
Oitenta e três no dois de abril, atingiu a eternidade.
Muito sentido todo o Brasil, manifestou sua santidade.
Foi velada em Madureira, na Portela do seu coração.
Clara Nunes, Clara Guerreira, Clara Divina Canção.
O tempo vai passando, tá presente na Comunidade.
Suas músicas estão cantando, marcando a atualidade.
É uma presença verdadeira, uma incrível fascinação
Clara Nunes, Clara Guerreira, Clara Divina Canção.
Azuir Filho e Turmas Do Social da Unicamp e de Amigos
De: Rocha Miranda, Rio, RJ, e de Mosqueiro, Belém, PA.
Poesia de Homenagem a Cantora e Extraordinária Mulher Humana, Clara Nunes, que nasceu em 12-08 1943, em Cedro de Paraopeba que mudou para Caetanópolis, Interior de MG. Foi operária e trabalhou na mesma fábrica de tecidos que seu pai, Mestre Violeiro, Manuel Serrador, que tocava em Folias de Reis. Ficou órfã cedo e morou com sua irmã Maria Gonçalves Dindinha. Sua linda voz, simpatia e feminilidade vai lhe tornar uma artista de sucesso, adicionando a sua genialidade de interprete com a qualidade de letras admiráveis. Vai ser recordista de venda e de popularidade. Assumiu a religiosidade da Umbanda e, vai fazer muitas viagens para a África onde se tornou um mito. Prestou grande colaboração a difusão das religiões de matrizes africanas. Faleceu em 22-04-1983, depois de 28 dias em coma com o povo fazendo vigília, foi velada por 50 mil pessoas na Quadra da Portela em Madureira.
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