O CÁRCERE DE BÁRBARA DE ALENCAR
Eu vi o cárcere de Bárbara de Alencar.
No subsolo, a pequena cela de tortura;
Atrás das grades, pedras, paredes de pedras,
A cela onde um homem não cabe em pé.
Bárbara recebia uma só refeição por dia,
Mas era muito: alimentava-se de pedras
E de orgulho ferido e erguido como bandeira.
As pedras eram cabras mansas para Bárbara.
Ordenhar: Bárbara tirava leite das pedras.
“Quem me pedirá contas de meus atos?
Meu marido, meus filhos, o meu Ceará?
Quem combate o bom combate não sucumbe.
Eu colho na derrota toda a minha vitória.”
Ouvi a voz de Bárbara, viva, nas pedras.
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