Aceita a sabedoria.
Aceita tua espantosa loucura.
Tua parábola. Tua metáfora. Tua cabala.
Basta dilatação anormal
de uma artéria
e ao rompimento dela
morte senão sequela:
uma parte vegetal,
outra austera.
Aceita teu ventre queimando gravetos.
O sol que há de se pôr.
A montanha cinza.
Aceita teu dedão embrulhado com pimenta.
Lembra-te da tua infância barro de parede.
Aceita tua última solitária.
Sinuosa, elegante.
Só não aceites a morte,
esta depravada senhora.
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