Meu pai Abrahão! Tenho todos os vícios que a fé sofreu nas lutas genocidas contra o povo judeu. Até o chamo de pai, patriarca do meu povo. Acomodo-me, temo o meu fim, acho que um pedaço de terra é maior que a fé em Deus. Não me vejo como um comum filho de tua estirpe, mas como uma vítima raivosa de ódios ancestrais. Vejo meu amanhã como a Revolta de Bar Kokhba, todo o chão em que pisam os israelenses sendo arrasado pelas forças do império romano. Estou com o Deus de Israel como o ar para os meus pulmões.
Mas hoje meu pai, acordei de um sono imenso. De um sonho que outro pesadelo engendrara, fortalecera e apenas fez crescer com o tempo. Teus filhos, os filhos de Israel, desceram sobre barcos com ajuda humanitária e os seqüestrou na plenitude das águas internacionais. Fizeram mortos, geraram contra nós o mesmo ódio que tínhamos com a tortura, a morte e o genocídio do nosso povo.
E o premier de Israel, o seu ministro da Defesa, como o Rabi Akiva deu a este ato o caráter de Mashiach. Abriu as portas de Israel para a destruição de sua fé, sua longa espera, de sua resistência em Massada, seu último suspiro em Betar. Temo, meu pai, que neste dia tudo se justificará contra teu próprio povo, conduzido ao suicídio por judeus que se tornaram apenas farsa dos teus símbolos.
Amanhã quando aquele filme de Polanski, chamado O Pianista, mostrar a brutalidade animal de soldados alemães apenas apontando pistolas para a cabeça de indefesos judeus, não há como se indignar. Israel fez igual. Quando a Lista de Schindler vier à tona, outro filho de Israel o filmará e a brutalidade amanhece e dorme na nossa própria tribo.
Tudo que fizemos com sacrifício de nossa própria memória do sofrimento do Nazifascismo para que a humanidade aprendesse o bom caminho, políticos de Israel em poucas horas desfaz. A ironia não é que os inimigos de Israel destruam Israel, mas que o povo de Israel se desapega ao próprio solo milenar.
Nossas almas estão dentro da bruma de arrivistas da própria riqueza material. Vieram da Europa oriental ao final dos regimes socialistas e hoje fazem de Israel o mercado do seu rápido progresso pessoal. São aqueles judeus viciados nas artimanhas do mundo ariano e abandonando o valor semítico, desejam um retorno atabalhoado às terras da Europa e de seu mais fiel descendente: os Estados Unidos da América.
Já não vêm mais a Israel. Lá vivem e tornaram teu solo apenas num parque temático para uma religiosidade de apenas visitação. São por eles e pela defesa deles, com seus lobbies guerreiros que Israel mais uma vez pede a morte. Agora a morte desgraçada com o sangue dos nossos primos bíblicos.
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