Adicionar legenda |
Somos locomotivas. Varamos o Planeta com ou sem vagões. Desencarquilhados na vida, adentramos mata virgem, seguros por nossas mãos.
Aqui não escuto as “midis”, cuidadosamente escolhidas. Escuto o trinar dos pássaros, e o farfalhar do vento nas folhas secas. Pequenos insetos, já não me ameaçam... Até emocionam-me !
Nas clareiras, peço à máquina que emperre... Pulemos!
Imagino o desvendar de mistérios.
Sem falas...
Você de safári, olhar juvenil, percorrendo as minhas alças.
Blusa velhinha adquirida numa remarcação, ano passado. Um tanto tímida, ou absurdamente intimidada, passo as mãos nos cabelos, no rosto, nos seios.
Aspiro e sinto o cheiro dos eucaliptos. Cheiro do ar desinfetado, puro, despoluído. O melhor cheiro do mundo vem mesmo de uma fêmea única: a natureza!
Gravetos... Nem preciso catá-los, nem conta-los... Faz parte do cenário. Tão secos...!
Risco e incendeio. Vejo a peleja do fogo no arder e apagar , intermitente.
Senta, e aperta os meus olhos nos teus...!?
Mãos trocam de liberdade com os olhos. Elas no seu exercício pleno, aquietam e incitam.
Escuto o som das águas próximas. Respiro-as, inalo-as, como um ato de renascimento.
Você encara-me de um jeito bobo... É a pureza de todo espanto, quando mira o novo.
Saem palavras, sem papel, sem telas, e sem pincel.
Foi assim... É assim que nos lembrávamos-nos!
E esse rosto de rapaz afogueado?
E essa cara de menina enclausurada?
Aqui estamos... Enfiam, numa fresta da floresta!
Pingo de lua molha a nossa entrega. Teus braços me cercam. Colo-me à alma que meu corpo espera.
E nesse transe amoroso, sinto a música da tua vida, tocando em mim!
Nenhum comentário:
Postar um comentário