(música de Luiz Carlos Salatiel e José Flávio Vieira !)
RETALHOS
O mesmo rio que flui nessa margem
é um outro que vês, no teu igarapé.
Ao meu porto banha um oceano revolto,
no teu cais só percebes um mar sem maré.
A montanha que avisto aqui desse topo,
não é a mesma que vês aí no sopé.
Entre a minha e a tua verdade,
há uma distância de cachorro Basset.
Todos os momentos são fragmentos,
pequenos esparços e falhos.
Preciso unir o que sinto ao que tu sentes,
para tecer minha colcha de retalhos.
Quando entras no teu bosque ensandecido,
vês um regato que geme no pé de uma figueira.
No mesmo bosque que adentro do meu lado.
Canta um soldadinho num galho de jaqueira.
No nirvana te sentes com as 11 mil virgens,
para mim homem-bomba dessa vida.
Os instantes escorrem, sem sentido.,
para o pântano final de todas as origens.
Nos meus sentimentos, são fragmentos,
pequenos esparços e falhos.
Preciso unir o teu céu ao meu inferno,
para tecer minha colcha de retalhos.
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