Prazer de Servir
-Gabriela Mistral-
Toda a natureza é um desejo de serviço.
Serve a nuvem, serve o vento, servem os vales.
Onde haja uma árvore para plantar, planta-a tu.
Onde haja um erro para emendar, emenda-o tu.
Sê aquele que afasta a pedra do caminho,
O ódio dos corações e as dificuldades do caminho.
Existe a alegria de ser bom e o prazer de ser justo.
Existe, sobretudo o sublime, a imensa alegria de servir.
Como seria triste o mundo se tudo já tivesse feito;
Se não houvesse um roseiral para plantar,
uma empresa que iniciar.
Que não te atraiam somente os trabalhos fáceis.
É tão belo fazer uma tarefa que os outros recusam!
Mas não caias no erro de que só se conquistam mérito,
Com os grandes trabalhos, há pequenos serviços
que são imensos serviços: adornar a mesa,
arrumar as cadeiras, espanar o pó.
O serviço não é só de seres inferiores.
Deus que dá o fruto e a luz, é o primeiro a servir.
Poder-se-ia chamá-lo assim: "Servidor".
E ele, que tem os olhos em nossas mãos,
nos pergunta todo dia; "Servistes hoje? A quem?
A árvore, ao teu amigo, ou aos teus familiares?".
Serve a nuvem, serve o vento, servem os vales.
Onde haja uma árvore para plantar, planta-a tu.
Onde haja um erro para emendar, emenda-o tu.
Sê aquele que afasta a pedra do caminho,
O ódio dos corações e as dificuldades do caminho.
Existe a alegria de ser bom e o prazer de ser justo.
Existe, sobretudo o sublime, a imensa alegria de servir.
Como seria triste o mundo se tudo já tivesse feito;
Se não houvesse um roseiral para plantar,
uma empresa que iniciar.
Que não te atraiam somente os trabalhos fáceis.
É tão belo fazer uma tarefa que os outros recusam!
Mas não caias no erro de que só se conquistam mérito,
Com os grandes trabalhos, há pequenos serviços
que são imensos serviços: adornar a mesa,
arrumar as cadeiras, espanar o pó.
O serviço não é só de seres inferiores.
Deus que dá o fruto e a luz, é o primeiro a servir.
Poder-se-ia chamá-lo assim: "Servidor".
E ele, que tem os olhos em nossas mãos,
nos pergunta todo dia; "Servistes hoje? A quem?
A árvore, ao teu amigo, ou aos teus familiares?".
Gabriela Mistral - Poetisa chilena (7/4/1889-10/1/1957). Foi a primeira escritora latino-americana a receber o Prêmio Nobel de Literatura, em 1945. Sua poesia única e repleta de imagens singulares não mostra influências do modernismo nem das vanguardas. Lucila Godoy Alcayaga nasceu em Vicuña, uma vila do norte do Chile. Seu noivo cometeu suicídio em 1907, fato que marcou a obra e vida de Gabriela Mistral. Ela nunca se casou e se dedicou somente ao trabalho. Venceu um concurso literário chileno em 1914 com Sonetos de la Muerte, assinados com o pseudônimo Gabriela Mistral. Seu primeiro livro de poesias, Desolación (1922), inclui o poema Dolor, no qual fala da perda do amado. Representou seu país como consulesa em Nápoles, Madri, Lisboa e Rio de Janeiro. Em 1954 publica Lagar. Lecionou literatura espanhola na Universidade de Columbia. Morreu em Hempstead, no estado de Nova York.
2 comentários:
Conheço esse poema faz um tempão, do ginásio, acho. É belo, belo. E contém uma verdade inquestionável: a de servir, mesmo nas pequenas tarefas, a tudo e a todos.
Gabriela Mistral foi uma das primeiras poetisas que admirei.
Foi muito bom trazê-la para o blog com este poema tão significativo.
Fico grata a Cristina Diogo, que o recomendou, e a Socorro que o postou, porque esse poema toca muito minha alma e, relendo-o agora, me transporto para um tempo bem distante, quando eu já amava a poesia e já entendia que Servir é essencial.
Você chegou antes de toda nossa geração.Quantos tesouros ainda guardados, na profundidade escorpiana?
Vá soltando-os, minha estrela- dicas cadentes. Precisamos delas !
Eu estou atenta !
Abraços , minha companheira de farda , e mestra, no aporender a servir
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