Onde diabos você se meteu mulher.
Preciso de sangue. Cadê seu pescoço.
Ando amarelo divagando
vendo coisas nas paredes.
Havia prometido nunca mais escrever sobre formigas.
Um poeta sozinho é um deus miserável.
Onde raios você se meteu sua linda.
Preciso do seu corpo.
As nossas mentes não se entendem.
E se eu lhe disser que não temos alma.
Temos, sim, xícaras.
(acabei de pôr a minha
sobre a estante de ferro)
Se vier deixe a sua alma
no tapete da porta.
O negócio hoje é com seu corpo.
A marca do biquíni.
Causarei à sua pele formigamento.
Por mais que passe creme importado
ainda mais arderá de febre seu corpo.
A onda hoje é com seu corpo.
O cheiro das suas axilas.
Se vier mesmo deixe a sua alma
no lugar da luminária.
Cubra o abajur com um pano vermelho.
Venha descalça.
Também quero o sangue
das suas cutículas.
Os meus caninos
são pinças.
Ande logo, condessa
(sabe o que sucede
quando estou furioso
e faminto)
não me faça essa cara
não ria assim (louca)
não me provoque
respeite o seu conde
respeite não o seu conde
sim, faça esse biquinho
desse jeito o rebolado.
A sua alma esquecida na luminária
só atrai os besouros da chuva.
Um comentário:
Domingos Barroso,
Parabéns pelo inusitado, sua poesia reúne originalidade, inteligencia e humor. grande poeta!!!!!!
Abraços: Liduina.
Postar um comentário