por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 2 de maio de 2024

  A “FARSA” DA REGIÃO METROPOLITANA DO CARIRI – José Nílton Mariano Saraiva


Desnecessário forçar a memória pra lembrar que, anos atrás, quando da “FARSA” que foi a plenária solene de criação da Região Metropolitana do Cariri, no recinto da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, alguns dos Deputados Estaduais (que inclusive foram votados no Crato) se postaram peremptória e radicalmente contrários a tal denominação, já que, asseveravam convictos, desde o batismo oficial, a denominação mais “apropriada” para aquela área seria Região Metropolitana de Juazeiro.

Como não houve unanimidade e objetivando aparar arestas, os “bombeiros de plantão”, por conveniências momentâneas, decidiram pela manutenção da primeira denominação – Região Metropolitana do Cariri.

Puro jogo de cena, conversa pra boi dormir, cinismo absoluto, hipocrisia em estado latente, já que a questão substantiva, a da localização dos empreendimentos que viriam para a Região Sul do Ceará e a consequente alocação dos necessários recursos para tal mister, de antemão já estavam garantidos pra Juazeiro do Norte.

Na oportunidade, registramos aqui mesmo o nosso protesto, e profetizamos que, em razão do “COMPONENTE POLITICO”, na prática a teoria seria outra, já que havia e estava clara a predisposição governamental de privilegiar as cidades de Sobral, ao norte, e Juazeiro do Norte, ao Sul, em termos de interiorização desenvolvimentista do interland alencarino; às demais cidades seriam destinadas as sobras, os refugos, as migalhas, aquilo que não fosse de interesse da “metrópole” (o lixão, por exemplo), já que meros satélites a vagarem na órbita das urbes acima citadas.

O tempo literalmente “fechou”, já que fomos “premiados” com alguns adjetivos de cunho eminentemente preconceituosos e depreciativos, tais quais: conservador, bairrista, ultrapassado, anacrônico e por aí vai.

Fato é que, de lá pra cá (e lamentavelmente), o que houvéramos previsto se tornou uma dolorida realidade (principalmente para os cratenses), além do que revestido e acompanhado de um componente sarcástico e provocativo: em todos os grandes principais investimentos implementados em Juazeiro do Norte (principalmente na esfera governamental), há de se expressar e constar em “caixa alta e cores diferenciadas”, tanto na fachada da obra civil como em documentos atinentes, a denominação complementar “...DO CARIRI” (assim, temos o Aeroporto Regional do Cariri, o Hospital Regional do Cariri e por aí vai), como se, a partir de então, nenhuma obra similar ou de características idênticas se torne necessária (Juazeiro do Norte deterá o privilégio de ser o primeiro e único em termos de Cariri, ad aeternum).

E, só pra chatear (ou jogar a última pá de cal num corpo insepulto e putrefato), maus cratenses (adeptos do puxa-saquismo, da babação desenfreada e de conveniências momentâneas) trataram de difundir um slogan tão cretino quanto derrotista - “somos um só povo, uma só nação Cariri” - que apenas denota a falta de compromisso, o desamor ao Crato, o pouco caso com o futuro da cidade, o conformismo com o catastrófico status atual, a impotência de se conseguir algum projeto de porte gerador de emprego e renda, a inapetência política caracterizada pela falta de parcerias capaz de alavancar o desenvolvimento da urbe.

E o pior é que tão estapafúrdio conceito foi imediatamente absorvido e difundido, inclusive e principalmente pelas autoridades do município, numa clara sinalização de que não devemos nos preocupar se nada vem para o Crato, não devemos reclamar se nos falta emprego e renda, não devemos se importar se a nossa cidade dia-a-dia se degrada, afunda e se transforma numa cidade fantasma, porque, afinal de contas... “Juazeiro é bem ali” (assim, até um simples BO policial terá que ser obtido lá).

Também, esperar o que de um prefeito (à época Samuel Araripe) que publicamente proclamou que “...o Crato é final de linha, só vai ao Crato quem tem negócios lá” ??? O que esperar de um prefeito tão “afinado” com o Governador do Estado (Cid Gomes, à época) que este, em visita à cidade, fez questão de ignorá-lo solenemente e às claras ???

Ta na hora, pois, do povo do Crato encarar com mais seriedade e responsabilidade uma eleição, colocando à frente do município pessoas que tenham compromissos com a cidade, que se disponham a catapulta-la do pântano movediço em que a meteram (já há décadas).

Assim, tomamos a liberdade de sugerir um nome diferente, um nome íntegro, um nome que prima pela seriedade e competência: José Emerson Monteiro Lacerda à prefeitura do Crato, na eleição que se avizinha.

Desfraldemos essa bandeira.

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