por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 10 de maio de 2021

 “LIVRES, LEVES E... SOLTAS” - José Nilton Mariano Saraiva

Basta um simplório click no controle remoto e lá estão elas: simpáticas, normalmente bem-afeiçoadas, impecavelmente “produzidas”, elegantes ao extremo (uma roupa diferente a cada dia, durante os 365 dias do ano), sorriso discreto no rosto, dentes impecavelmente brancos e dicção perfeita; são as apresentadoras dos telejornais das emissoras de TV brasileiras.

De princípio um tanto quanto tímidas, aos poucos vão pegando os macetes da profissão e começam a se soltar, findando, em pouco tempo, por nos apresentar um trabalho competente, de boa qualidade e até, às vezes, corajoso (uma delas, recentemente, aqui numa reportagem sobre o circo, se meteu dentro de um daqueles “globo da morte” e ficou ali, estática e silente, enquanto duas possantes motos zanzavam a toda velocidade em torno e por sobre ela, num barulho ensurdecedor e de meter medo). Quando saiu, suava que nem tampa de chaleira...

Um detalhe, no entanto, as caracteriza (pelo menos parte delas) e não é preciso ser tão observador pra constatar. É que, apesar de todo o treinamento e técnica que adquiriram a fim de se habilitarem a se postar e portar diante das câmaras, que inclui obrigatoriamente até a forma como empunhar um microfone, com a diária exposição midiática o “fenômeno” acontece.

É que elas não se seguram ou momentaneamente “esquecem” tudo que aprenderam durante os cursos e simpósios que participaram e, agora, fazem questão de orgulhosamente nos mostrar a polida “ARGOLA” enfiada no dedo anular da mão direita (a que segura o microfone), normalmente grossa e brilhante o suficiente pra ser visualizada a quilômetros de distância, como se estivessem a nos dizer: “SACOU, BICHO, TÔ NOIVA, VIU” (recentemente, uma delas chegou a convencer o próprio “chefe” a comparecer ao programa esportivo que apresenta, a fim que anunciasse ao vivo e a cores que ela havia noivado naquela data).

O que mais impressiona, no entanto, é a velocidade com que a tal “ARGOLA” transmuta-se da mão direita para a mão esquerda e a “OBRIGATORIEDADE” que elas sentem de – mesmo destras – agora empunharem o tal do microfone com a mão esquerda, como a nos anunciar solenemente: “OLHA AÍ, CARA, CASEI, SE MANCA, OTÁRIO”.

Mas, como o número de fãs é expressivo e o assédio certamente que idem, depois de certo tempo lá estão elas no vídeo, até de forma acintosa trocando o microfone incessantemente de mãos, como se fizessem questão de mostrá-las (as duas mãos) agora sem nenhuma “ARGOLA”, só nos faltando gritar a plenos pulmões: “E AÍ, BONITÃO, TÔ LIVRE, PODE CHEGAR JUNTO”.

E como a vida continua, dentro de pouco tempo a história recomeçará: a “ARGOLA” na mão direita, transferência para a mão esquerda e, de repente, vapt vupt... tomou doril, a “ARGOLA” sumiu.

Recentemente, na Globo, dentre outras, Camila Bomfim – belíssima - Andreia Sadi - já fisgada - Cristiane Torloni - um monumento - e Délis Ortiz - já madura - pintaram no pedaço, sem).

Ô “argolazinha” saltitante.

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