Desde
tempos imemoriais criamos o saudável
hábito (ou seria
pura insegurança
???) de, ao sentar para tentar redigir
alguma coisa, termos ao lado um velho companheiro de luta: o
dicionário.
Assim,
logo após o seu lançamento no Brasil, em
2001, adquirimos o Dicionário
Houaiss (embora já tivéssemos o do
Aurélio) por entender tratar-se de uma
grande, necessária e imprescindível
obra.
Para
que tenhamos ideia da sua grandeza, basta atentar que, na
sua elaboração, nada menos que 200 (duzentos)
lexicógrafos
e especialistas no mister participaram da empreitada, e que
em
suas 2.924 páginas o “livrão”
nos
traz cerca de 228.500 verbetes, 376.500 acepções, 415.500
sinônimos,
26.400 antônimos
e 57.000 palavras arcaicas, além de um sem número de consistentes
informações técnicas, evidentemente que
versando sobre a Língua
Portuguesa (daí
também ter sido lançado em Portugal).
Sem qualquer
demérito ao “Dicionário
Aurélio”,
o Houaiss lhe dá de goleada. Temo-lo, pois, como um companheiro
inseparável,
sempre que – como agora – queremos colocar o preto no branco,
tentar passar alguma coisa pra você, aí do outro lado da telinha.
Pois
foi exatamente numa dessas íntimas trocas de “confidências na
madrugada” (vocês também conversam com o Dicionário, no
silêncio da noite ???) que a porca torceu o rabo: a palavra que
procurávamos (que
não nos recordamos no momento),
começava com a letra “P”, cujo vastíssimo banco de dados se
encontra relacionado entre as páginas 2.099 a 2.340 do Houaiss, para
onde nos dirigimos.
Uma
primeira pesquisa e a surpresa desagradável: nadica de nada da
dita-cuja. Pacientemente, creditamos o seu “não encontro” à
zonzeira típica da chegada do sono àquela hora da
madrugada,
razão porque nos dirigimos à cozinha para bebericar um gole d’agua
e “lavar a fuça”, objetivando acordar de vez.
Numa
nova tentativa, nada da palavra. Ficamos um tanto quanto
“baratinados”
e
murmuramos cá com os nossos botões: como é que pode, um “bichão”
desse tamanho (2924
páginas) não
ter uma simplória
palavra dessa.
E assim fomos nos deitar com a pulga atrás da orelha.
Pela
manhã, já descansado e alimentado, partimos pra encarar a fera de
frente, convictos
que
dessa vez ela não nos escaparia. Ledo engano. A tal palavra,
definitivamente, não constava do estupendo Houaiss. Inconformados,
tomamos então uma decisão radical: como que a procurar uma agulha
no palheiro, sofregamente
conferimos, uma a uma, da página número 01 à página número
2.924,
na
perspectiva da
falta de alguma página.
Xeque-mate.
Encontramos,
não só no
espaço dedicado à
letra “P”, mas, também, em mais duas outras letras (N
e O ???),
quatro ou cinco páginas faltando (em cada uma das
letras)
e, em seu lugar, páginas repetidas, num imperdoável erro de
impressão (ou organização, ajuntamento e por aí vai) para uma
obra de tamanho vulto.
Imediatamente
acionamos o site ao
qual o
havíamos solicitado via Internet (Livraria Saraiva) e fomos
orientados a devolver o Dicionário, via sedex (evidentemente que sem
custos) e,
semanas
depois, recebemos um outro exemplar de volta (e aí já completo),
com o agradecimento da editora responsável (Objetiva), que alegou
que no “lote” em que se encontrava o exemplar
que
adquirimos originalmente
teria
havido o tal problema (repetição e falta de páginas).
Se,
por conta disso, houve um
“recall” a
posteriori (solicitação
de devolução de um lote ou de uma linha inteira de produtos, feita
pelo responsável
pela impressão do
mesmo), não sabemos e nem nos foi dado conhecimento (mas, aqui pra
nós, se você chegou a adquirir um Dicionário Houaiss, confira pelo
menos a letra “P” à
procura de páginas repetidas e consequentemente à falta das que
deveriam ali constar,
ok ??? ).
No
mais, tirante esse detalhe (atípico), vale a pena investir no
Houaiss (e como vale).
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