UM “PASSADO QUE
CONDENA” – José Nilton Mariano Saraiva
Não
é necessário que se seja nenhum expert em Geografia para saber que o Iraque se
acha encravado no longínquo Oriente Médio (do outro lado do mundo) enquanto a
Venezuela é nossa vizinha, aqui na América do Sul. Assim como, também, que em
termos de costumes, história, cultura, religião e, enfim, do modus vivend, são países
totalmente antagônicos.
Num
aspecto, entretanto, os dois guardam uma semelhança muito grande e...
preocupante: ambos detêm em seu subsolo portentosas e invejáveis reservas do “ouro
negro” (petróleo). Assim, literalmente nadam de braçada, mas por outro lado são
alvos da cobiça internacional.
De
outra parte, na América do Norte, o outrora maior país do mundo, Estados Unidos,
paulatina e progressivamente começa a perder poder, principalmente em razão do
exaurimento das suas reservas de petróleo (que após beneficiado é usado numa
miscelânea de outros produtos essenciais).
Como
desde o fim da Segunda Grande Guerra Mundial os “yankes” (Estados Unidos) incorporaram
o espírito de “xerifes” do mundo, com direito a dar pitaco e interferir onde
bem entender (escudado em seu portentoso arsenal bélico/militar), a solução
encontrada foi “ir atrás do petróleo onde ele estiver”.
Para
tanto, é só arranjar um país que seja portador de reservas “suculentas” do
petróleo, desqualificar seus governantes, “fazer a cabeça” da mídia amestrada
para difundir o perigo que representam tais governos e, ato contínuo, invadir o
país e tomar de conta das suas jazidas.
Foi
assim no Iraque, em 2003, quando o alcóolatra George Bush, então na presidência
dos Estados Unidos, resolveu que era chegada a hora de tomar tal providência
contra Saddam Hussein, sob o mentiroso argumento de que o Iraque detinha um fabuloso
arsenal de armas químicas a serem usadas contra seus vizinhos do Golfo Pérsico.
Não encontraram porra nenhuma (porque inexistia), mas depuseram e mataram o “sanguinário”
e se apossaram do petróleo do Iraque. E ficou por isso mesmo.
2019,
a bola da vez é a Venezuela, cujas reservas de petróleo são as maiores do mundo
(maiores até que as da Arábia Saudita). O modus operandi é o mesmo: demonizar o
governo através do estardalhaço de uma mídia de via única e parcial, conseguir
o apoio de países alinhados a fim de perpetrar o crime e partir para o aniquilamento.
E
a declaração do psicopata que atualmente está presidente dos Estados Unidos,
Donald Trump, durante uma reunião no FBI, meses atrás, é emblemática e não
deixa dúvidas:
"Eu não entendo porque não
estamos olhando para a Venezuela. Por que não estamos em guerra com a
Venezuela? Eles têm todo esse petróleo e estão na nossa porta dos fundos".
O
lamentável e preocupante nisso tudo é que o desonesto e medíocre que foi alçado
à Presidência do Brasil (Jair Bolsonaro), haja concordado em meter o Brasil nessa
enrascada, já que o território brasileiro irá funcionar como um dos pontos de
apoio para a invasão de um país com o qual sempre tivemos excelentes relações.
E
se a Rússia e China, apoiadores de primeira hora da Venezuela, resolverem “bater
de frente” com os Estados Unidos (um passado que condena), o que sobrará para o
Brasil ??? Estaremos preparados para participar de uma guerra civil da qual nada
temos a ver ???
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