Atualmente
operacionalizado pelo juiz Sérgio Moro e seus amestrados e
obedientes colaboradores de Curitiba, o “roteiro do golpe”, que
hoje assistimos atônitos, visando derrubar uma Presidente eleita
democraticamente por quase 55 milhões de votos, está perfeitamente
delineado em uma nossa postagem anterior, que denominamos “O
Catecismo do Juiz Moro”.
Na
verdade, trata-se da dissecação de um pormenorizado documento
elaborado pelo próprio, no principiar de 2001, que se baseia “pari
passu” no movimento ocorrido na Itália, em meados de 1992, que
ficou conhecido por “Operação Mani Pulite” (Operação Mãos
Limpas) e que, a pretexto do combate à corrupção, resultou em
prisões arbitrárias,
suicídios, quebradeira generalizada,
mortes e a própria desestabilização sociopolítico-econômica
do país.
Importante
salientar que, naquela oportunidade (2001),
o juiz Moro,
como que a exteriorizar um recôndito
desejo íntimo, assim
se expressou, contundentemente;
“No Brasil, encontram-se presentes
várias das condições institucionais necessárias para a realização
de ação judicial semelhante. Assim como na Itália, a classe
política não goza de grande prestígio junto à população, sendo
grande a frustração pelas promessas não-cumpridas após a
restauração democrática”.
Para
tanto, Moro ficou à espreita da oportunidade de
pôr em prática os ditames do seu
“catecismo”, independentemente das flagrantes arbitrariedades
nele contidas; assim, a descoberta das falcatruas perpetradas na
Petrobras constituiu-se uma espécie de “cereja no pudim”, que
ele tanto aguardava.
De
princípio, e contando com a criminosa e inestimável colaboração
do próprio Supremo Tribunal Federal, que literalmente “sentou-se”
sobre a ilegalidade de uma
ação atinente a tal
ato, Moro tratou de “centralizar” em sua Vara, em
Curitiba, todos os processos que
tratavam de corrupção, independentemente que ocorressem em
Curitiba, no Acre, São Paulo ou no Piauí. Para aquele tipo de ação,
ele era “o cara” e fim de papo.
E assim, até hoje a ação questionadora sobre, continua dormindo em
alguma gaveta de algum membro do Supremo (é, portanto, o Supremo,
cúmplice das fanfarronices patrocinadas pelo
Moro e não pode reclamar).
Num
segundo momento, cooptar a imprensa, a
fim que servisse de “caixa de ressonância” às suas peraltices,
não foi difícil para Moro, porquanto todos sabemos do arraigado e
profundo sentimento antipetista que viceja nas redações e TV
tupiniquins. Por essa razão,
adotou-se o sistema de “vazamentos seletivos” (já presentes na
Itália, naquela época) de trechos das delações premiadas firmadas
por bandidos confessos, só que numa via de mão única (os
adversários do governo, embora citados, jamais foram importunados).
Vencida
tal etapa, nada mais apropriado que
“deslegitimar
a classe política” e, se possível,
exterminar os respectivos
chefes que possam atrapalhar seus
planos. Não é sem razão, pois, a tentativa de Moro de, neste
momento, atribuir ao PT (e só ao PT, já
que está no poder) a pecha de “quadrilha organizada” para
surrupiar o erário, embora todos saibamos que são várias as
agremiações envolvidas até a medula nos atuais esquemas de
apropriação indébita. Na sua opinião,
o processo de deslegitimação política é essencial para a
continuidade da Operação Lava Jato.
O
próximo passo foi, simplesmente, estuprar a própria Constituição
Federal, indo de encontro ao que ali
reza; assim, prisão
sem provas tornou-se algo banal e
corriqueiro, bem como a presunção de inocência virou letra morta;
prende-se alguém,
joga-se no fundo de uma cela e fica-se à espera de que a tortura
psíquica finde por demolir qualquer resquício de resistência, dai
as delações em profusão, certamente
eivadas de mentiras. Quem
não se submeter, que mofe na prisão (os
advogados não podem advogar, já
que lhes é negado o aceso aos processos).
Moro,
entretanto, certamente que picado não pelo mosquito da dengue-zika,
mas pela mosca azul, acaba de cometer um erro grosseiro e que poderá
comprometer o festival de arbitrariedade da sua “querida”
Operação Lava Jato: de forma sectária
e prepotente, tentou
reduzir o maior ícone do partido, o ex-Presidente da República,
Lula da Silva, a “sulfato de merda”, atribuindo-lhe participação,
até hoje não comprovada,
em esquemas mafiosos. Para
tanto, exorbitou, ao emitir
uma ordem de “condução
coercitiva” contra o ex-Presidente da República, sem que, antes,
tivesse havido sequer alguma notificação e, consequentemente,
recusa do próprio, princípio básico
que até um aluno jejuno de Direito sabe de cor e decorado. Alertado,
e à falta de argumento consistente, foi
sarcástico e arrogante: a
“coercitividade” visou garantir a segurança do “conduzido”.
Quanta soberba !!!
As
reações surgiram das mais diversas autoridades jurídicas,
inclusive do Ministro do Supremo, Marcos Aurélio Melo, que ironizou
Moro, ao afirmar que só falta ele construir um muro divisório na
Praça dos Três Poderes, em Brasília; enquanto isso, nas ruas, os
confrontos já se acirraram perigosamente, e teme-se que, se a
“perseguição implacável” (já que sem provas) contra Lula da
Silva continuar, corre sério risco a nossa incipiente democracia,
abrindo um generoso espaço aos
plantonistas do caos (Aécio Neves e seu séquito de bajuladores).
Será
que Moro vai pagar pra ver ???
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